São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 1995
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Missão cumprida?

FÁBIO SORMANI

Depende do que se entende por isso.
Se o único objetivo da seleção era chegar em Atlanta, então, OK, missão cumprida.
Se o objetivo era se classificar para a Olimpíada e lá fazer um papel de acordo com as nossas tradições, então eu penso que a missão ainda não foi cumprida.
O Brasil conseguiu a vaga de forma preocupante. Não pelo fato de ter ficado em terceiro lugar.
Isso pouco importa, porque a diferença técnica entre os três primeiros colocados no Pré-Olímpico (Porto Rico, Argentina e Brasil) não é tão grande assim.
O que se preocupa é a forma com que a equipe brasileira se comportou em quadra durante algumas partidas.
Nas derrotas para o Uruguai (84 a 81), República Dominicana (100 a 98) e Canadá (104 a 99), o time brasileiro mostrou um basquete com marcação fraca, ofensiva capenga e sem um jogo de transição (saída rápida do time da defesa para o ataque).
Em outras partidas, como nas vitórias sobre a Argentina (83 a 78) e especialmente a decisiva, contra o Canadá (97 a 77), o time se comportou de maneira exemplar: marcação firme, boa ofensiva e ótimo jogo de transição.
Se o basquete brasileiro oscilar desta maneira em Atlanta, tanto pode se classificar na primeira fase -e depois despencar-, como pode não obter a classificação para as finais do torneio e disputar posições vexatórias.
Como resolver a situação? A melhor maneira, tenho fé, vai ser encontrada pelo técnico Ary Vidal.
Mas deu para sacar que a) Rato e Fernando Minucci são jogadores da atual geração que dignificam o basquete brasileiro -junto com Oscar, Pipoca e Israel podem formar a base de um time forte; b) a seleção precisa de outro ala/pivô, só Pipoca é insuficiente para isso -quando ele está fora de quadra, a equipe não tem contra-ataque e fica capenga nos rebotes; c) Ary Vidal é um técnico de capacidade indiscutível.
Ah, sim, temos Oscar. Este, todavia, é um capítulo que merece ser especial. Falarei dele na semana que vem.

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