São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 1995
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Oposição argelina anuncia boicote à eleição presidencial de novembro

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

Os mais importantes partidos argelinos decidiram boicotar as eleições presidenciais, marcadas para novembro pelos militares que governam o país desde 1992.
A guerra civil entre guerrilheiros islâmicos fundamentalistas (GIA) e governo já causou cerca de 38 mil mortes.
A Frente de Libertação Nacional, a Frente das Forças Socialistas, a FIS (Frente Islâmica de Salvação, ilegal desde 92) e outros partidos signatários do Acordo de Roma (janeiro de 1995) anunciaram ontem em um comunicado o boicote ao pleito.
O GIA, que acusa a França de apoiar o regime argelino, é suspeito de ter cometido dois atentados neste ano em Paris.
Segundo os partidos, as eleições ``vão apenas provocar mais banhos de sangue e são um meio de legitimar o regime".
Em 92, um golpe cancelou as eleições parlamentares, ganhas em primeiro turno pelos partidos islâmicos. Foi criado o GIA.
Ontem a polícia francesa anunciou que procura um segundo suspeito do atentado de julho no metrô de Paris. Yahia Rihane, que seria do GIA, teria planejado também o sequestro de um avião da Air France, em 1994.
O primeiro suspeito, Abdelkrim Deneche, também do GIA, segundo as polícias argelina e francesa, está detido na Suécia. A França quer sua extradição.
Também ontem a polícia deteve Bualem Guerudj, acusado de trabalhar para a rede de abastecimento do GIA na França.

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