São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 1995
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Triste, Pelé sugere cadeia também para os menores

Ministro propõe a Mário Covas delegacias nos estádios

ANDRÉ FONTENELLE
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro dos Esportes, Pelé, defendeu ontem a prisão de menores envolvidos em brigas de torcidas de futebol.
``É muito triste. Eu, que na época do milésimo gol, pedi escola para as crianças, hoje peço cadeia para esses meninos", afirmou o ministro.
Pelé se encontrou ontem à tarde com o governador de São Paulo, Mário Covas, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
No encontro, os dois discutiram propostas para acabar com a violência nos estádios. Pelé afirmou que vai lutar para pôr em prática essas propostas ``até o final do ano".
Ele admitiu, no entanto, que a aplicação de algumas medidas pode levar ``15 dias, um mês ou até cinco anos", já que exigem mudança nas leis, como a proposta de prisão para menores.
A sugestão que pode ser adotada mais rapidamente é a criação de minidelegacias em cada estádio paulista.
``Isso está dando certo no Rio", explicou. Covas concordou com a idéia.
Além disso, Pelé defendeu punições esportivas -multas ou perda de pontos- para os clubes cujos torcedores cometam atos de violência.
``A criação das organizadas teve o apoio dos clubes", justificou.
O ministro e o governador divergiram quanto à proibição de camisas de torcidas uniformizadas nos estádios.
Covas é a favor; Pelé acha que a medida é inútil. ``Os torcedores não vão brigar por causa das camisas, e sim porque se preparam para isso."
A interdição de roupas identificando torcidas foi adotada no último fim-de-semana pela FPF (Federação Paulista de Futebol), para dificultar o agrupamento das organizadas.
O ministro criticou a FPF por ter feito o jogo de juniores Palmeiras x São Paulo, dia 20, com entrada gratuita, atraindo um grande público.
A briga que matou o torcedor Márcio Gasparin da Silva ocorreu após aquela partida.
``Por que não fizeram o jogo como preliminar de Corinthians x Bragantino? Foi falta de cabeça. A Federação pecou nesse ponto", avaliou Pelé.

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