São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995
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Teles podem render R$ 40 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, estimou ontem que a privatização das companhias telefônicas estaduais poderá gerar recursos da ordem de R$ 40 bilhões ao governo federal.
O sistema Telebrás é formado hoje por 27 teles estaduais. Apesar de ter deixado claro que ainda não há uma definição sobre o processo que será adotado na privatização das companhias, Motta disse que a melhor forma de privatizá-las seria "pulverizar" suas ações nas Bolsas de Valores.
"Com a pulverização será possível evitar que essas companhias sejam controladas por grandes empresas", disse o ministro das Comunicações.
Ele reafirmou que a proposta do governo federal é aglutinar as companhias telefônicas estaduais em seis ou sete empresas, para somente depois privatizá-las.
Segundo ele, o objetivo é dar viabilidade econômica às empresas. O ministro disse que as companhias telefônicas estaduais não precisarão ser vizinhas para serem unidas em um mesmo grupo.
"Poderemos criar uma área de concessão juntando as empresas dos Estados de Minas Gerais, Amazonas e Amapá, por exemplo", explicou Motta.
O ministro disse que ainda não há um prazo definido para a abertura do setor de telefonia convencional à iniciativa privada. Com relação à telefonia celular, ele disse que até janeiro próximo os primeiros editais de concorrência já terão sido lançados.
Nova política
O ministro afirmou ainda que enviará ao Congresso Nacional um documento com as linhas gerais da nova política de telecomunicações que o governo pretende implantar no país.
Segundo Motta, o plano trará uma estimativa de investimentos na área para os próximos quatro anos da ordem de R$ 36,6 bilhões.
O Ministério das Comunicações pretende elaborar ainda uma política a longo prazo para o setor. "Chegaremos até o ano de 2003", disse Motta.
Segundo ele, nesse período, que ultrapassa o final do século, serão necessários investimentos de cerca de R$ 73,6 bilhões para que o Brasil consiga adquirir as tecnologias mais avançadas que existem no mundo.
Segundo Motta, o ministério já está finalizando as novas regras para o setor de satélites. Ele reafirmou que a idéia do governo é permitir a entrada de empresas privadas nesse mercado, sem que haja a necessidade de parceria com a Embratel.
"O que manteremos é o controle público, mas o satélite poderá ser privado", disse o ministro das Comunicações.

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