São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995 |
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FHC rejeita indicar articulador político
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente Fernando Henrique Cardoso não vai nomear um articulador político e permanecerá fazendo pessoalmente esse trabalho junto aos partidos aliados.A decisão foi comunicada às bancadas do PP e do PPR que se reuniram anteontem com o presidente, no Palácio da Alvorada, para anunciar formalmente a fusão dos dois partidos. Diante da crise de relacionamento entre o governo e sua base parlamentar no Congresso, provocada inicialmente pelo caso do Banco Econômico, líderes governistas vêm defendendo a indicação de um articulador político para o Palácio do Planalto. O objetivo, segundo essas lideranças, é criar um anteparo ao presidente para evitar que crises políticas circunstanciais o atinjam. Para argumentar sua oposição à indicação desse articulador, FHC disse ao PP e PPR que considera a administração dos problemas do dia-a-dia o aspecto mais importante da atividade política. Fernando Henrique citou o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt como referência de bom administrador dos problemas políticos. Roosevelt foi eleito quatro vezes sucessivamente para o cargo, de 1932 a 1944, pelo Partido Democrata. Sua administração foi marcada pela recuperação econômica dos EUA após a grande depressão de 1929. Morreu no exercício da Presidência, em 1945. Segundo o líder do PPR na Câmara, deputado Francisco Dornelles (RJ), FHC disse gostar de exercer o poder. Durante o encontro no Alvorada, o deputado Vadão Gomes (SP), presidente do PP, e o senador Esperidião Amin (SC), presidente do PPR, agradeceram a Fernando Henrique o apoio à fusão das duas legendas. O novo partido será a terceira maior bancada na Câmara (depois do PMDB e do PFL), com cerca de 80 deputados. A reunião do presidente com os parlamentares do PP e do PPR durou cerca de 30 minutos. Foi tão rápida, para os padrões dos encontros políticos de Brasília, que alguns congressistas chegaram quando já havia terminado. Segundo o deputado Wigberto Tartuce (PP-DF), só houve tempo para que fosse servido um café. Ontem, a assessoria da Presidência disse que FHC só aceitará a indicação de um articulador político se o nome for consensual entre os partidos que o apóiam no Congresso (PSDB, PFL, PTB, PMDB, PP, PPR e PL). Texto Anterior: Para pefelista, Motta "joga conversa fora" Próximo Texto: Tucanos pedem recriação de conselho Índice |
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