São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995
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Tucanos pedem recriação de conselho

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PSDB, senador Artur da Távola (RJ), articula a volta do conselho político formado pelos presidentes e líderes dos partidos que apóiam o governo no Congresso (PSDB, PMDB, PFL, PPR, PTB, PP e PL).
O conselho seria um canal de ligação entre Fernando Henrique Cardoso e os partidos. "Concluímos que será extremamente difícil tratar das reformas constitucionais neste segundo semestre, porque as questões não são consensuais", afirmou Távola.
O conselho político chegou a se reunir no início do governo. As reuniões foram consideradas improdutivas devido ao grande número de participantes, e ele acabou sendo esquecido por FHC.
O senador Artur da Távola se reuniu ontem com os presidentes de cinco partidos governistas. Apesar de convidado, o PFL foi o único que não compareceu.
Távola vai levar a proposta do conselho a FHC. "Os partidos estão se colocando à disposição do presidente para ajudar nas negociações. O presidente é que dirá se aceita ou não", disse o senador.
Segundo Távola, o conselho seria um instrumento para tratar das divergências entre os partidos. Ele diz que as divergências vão aparecer nas discussões sobre o "FSE (Fundo Social de Emergência), a questão dos Estados no projeto de reforma tributária, por exemplo".
Távola argumenta que a estrutura do Palácio do Planalto é muito técnica e pouco política. O presidente acaba carregando o peso das divergências políticas sozinho.
O conselho político, na concepção do senador, seria uma forma mais eficaz de administrar as tensões que surgem na aliança política do governo.
O presidente do PP, deputado Vadão Gomes (SP), defende a volta do conselho. Gomes argumenta que os líderes governistas no Congresso têm assuntos específicos para tratar com parlamentares. Segundo ele, as questões nacionais poderiam ser discutidas com os presidentes dos partidos.
O presidente do PPR, senador Esperidião Amin (SC), se opõe à proposta de recriar o conselho. "Não vejo a necessidade de criação de um foro como esse. As reuniões podem acontecer entre os presidentes dos partidos para tratar de questões pontuais", afirmou.
Além da reivindicação por um conselho político, os líderes dos partidos governistas insistem na necessidade de criação de um "interlocutor político" para intermediar contatos do Planalto com os parlamentares.

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