São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995
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Bolsa paulista opera em alta de 1,75%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O mercado acionário inverteu ontem a tendência de queda com as declarações do presidente da subcomissão da reforma tributária da Câmara, deputado Antonio Kandir (PSDB-SP), de que o governo precisaria alterar o projeto de tributação dos lucros em Bolsa, caso quisesse ter a proposta aprovada pelo Congresso.
Ele deu a entender que deveria ocorrer taxação -sobre remessa de ganhos de Bolsas ao exterior- só em operações de curto prazo (por exemplo, negócios de compra e venda de ações no mesmo pregão).
No início da noite, o governo divulgou o projeto de lei do Imposto de Renda alterando a versão anunciada na terça-feira. Os rendimentos de investidores estrangeiros em Bolsas deixariam de ter uma alíquota uniforme de 15%; sendo de 5% em 96, 10% em 97 e 15% só a partir de 98.
O índice da Bolsa paulista -que havia caído 6,18% no acumulado dos dois pregões anteriores- acusou ontem alta de 1,75%.
A alta de 2,6% no índice Merval da Bolsa de Buenos Aires também contribuiu para explicar a valorização no mercado acionário brasileiro.
O Banco Central manteve os juros no over (negócios por um dia) de 4,89% em 30 dias úteis, o que significou rendimento de 3,83% em agosto. O mercado futuro de juros (DI) apostava ontem em expectativa de queda de juro para 3,25% para setembro.
No mercado cambial, a discussão sobre a proposta de taxar o ganho dos investimentos estrangeiros em Bolsa provocou remessas financeiras recordes em agosto no dia 30: US$ 142,39 milhões. As saídas superaram entradas no dia 30 em valor de US$ 89,64 milhões.
O Banco Central não atuou ontem no mercado cambial. As cotações ficaram estáveis.
As medidas do Conselho Monetário Nacional decepcionaram pela timidez em criar condições para uma queda mais expressiva nas taxas de juros para empréstimos, apesar da redução no IOF de 18% para 15%.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,112%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 4,89% para dias úteis, significando rendimento de 3,83% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 4,88% para dias úteis, o que significou rentabilidade de 3,81% no mês.

As cadernetas que vencem hoje rendem 3,1175%. CDBs prefixados de 32 dias negociados ontem: entre 27% e 46,50% ao ano. CDBs pós-fixados de 153 dias entre 15% e 16% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,72% ao mês, projetando rentabilidade de 4,47%. Para 32 dias (capital de giro): entre 48% e 106% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,75% ao ano. Libor: 5,81% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: valorização de 1,75%, fechando com 43.105 pontos e volume financeiro de R$ 243,27 milhões. Rio: alta de 1,3%, encerrando a 18.771 pontos e movimentando R$ 14,64 milhões.

Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou a 4.610,56 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.614,80 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.117,22 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,949 (compra) e R$ 0,950 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,949 (compra) e por R$ 0,951 (venda). "Black": R$ 0,950 (compra) e R$ 0,955 (venda). "Black" cabo: R$ 0,948 (compra) e R$ 0,952 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,930 (compra) e R$ 0,960 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: estável, fechando a R$ 11,55 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até o dia 30 foi positivo em US$ 1,293 bilhão. As entradas financeiras foram maiores que as saídas de dólares em US$ 3,962 bilhões. O saldo total está positivo em US$ 5,255 bilhões.

No exterior
Segundo a "UPI", ontem, em Londres, a libra foi cotada a 1,5490 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4688 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 97,45 ienes.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para setembro fechou a 3,25% no mês e para outubro a 3,05% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para outubro ficou a 44.200 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para agosto fechou a R$ 0,951 e a R$ 0,964 para setembro.

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