São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995 |
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Pedidos de falência batem recorde em SP
DA REPORTAGEM LOCAL Os pedidos de falência bateram recorde na cidade de São Paulo pelo segundo mês consecutivo. A Associação Comercial (ACSP) contabilizou 1.197 requerimentos em agosto, contra 1.032 em julho.Até julho, o maior volume de pedidos de falência já registrado pela ACSP havia ocorrido em fevereiro de 1991: 951. O crescimento foi de 216,7% sobre o número de falências requeridas em agosto do ano passado. No acumulado do ano, as falências somam 5.350 pedidos na cidade, 77% a mais que em igual período do ano passado. Os pedidos de concordata, 49 em agosto, cresceram 201% no acumulado do ano, totalizando 283 requerimentos. Para o presidente da ACSP, Elvio Aliprandi, a redução do recolhimento compulsório ainda não surtiu efeito. "Em consequência, continua crescendo a insolvência de empresas, agravando o quadro de desaceleração da economia", afirmou. Compulsório é o recolhimento, junto ao Banco Central, de parte do dinheiro que os bancos captam. O BC tem reduzido os percentuais de recolhimento desde julho. Com isso, os bancos têm, em tese, mais dinheiro disponível para financiar indústria e comércio. Segundo Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial, o alívio ao crédito até agora só ajudou na área de concordatas. Ele disse que os requerimentos de concordata estão estáveis, ao passo que as falências crescem desde fevereiro -com maior aceleração a partir de maio. Alfieri sugeriu que o governo adote medidas que facilitem a renegociação de dívidas das empresas junto aos bancos e fornecedores -a exemplo do que já fez, no caso das pessoas físicas, com os cartões de crédito. Ele também atribuiu o contínuo crescimento das falências requeridas ao conjunto de medidas de restrição ao crédito adotado pelo governo entre outubro do ano passada e março deste ano. Vendas As vendas encerraram agosto em queda. Levantamento da ACSP até o dia 30 de agosto mostra redução de 9% nas consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da cidade de São Paulo sobre igual período do ano passado. Já as vendas à vista, medidas pelo Telecheque -serviço de consulta de garantia de cheques- cresceram 28,97% até o dia 30, em relação a igual período de 94. Alfieri disse que o crescimento das consultas sobre cheques pode ser explicado por três fatores: a) a onda de liquidações (especialmente no setor de vestuário); b) a maior preocupação em relação a cheques sem fundos ou roubados e c) o fato de, no ano passado, as vendas à vista terem ficado num nível muito baixo. As vendas de agosto (incluindo as de ontem) devem permanecer estáveis em relação a julho. Isso mostraria um mês fraco: o Dia dos Pais costuma fazer com que o comércio venda mais em agosto que em julho, disse Alfieri. Texto Anterior: Bolsa paulista opera em alta de 1,75% Próximo Texto: Ipea revê crescimento industrial Índice |
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