São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995
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Empresários consideram medidas 'tímidas'

DA REPORTAGEM LOCAL

Empresários ouvidos pela Folha consideraram tímidas e insuficientes as medidas anunciadas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
Para Feres Abujamra, diretor do Departamento de Economia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a redução do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) deveria ser maior. "A redução é muito tímida para produzir impacto sobre as vendas".
Abujamra considera "muito frustrante" a manutenção dos atuais prazos do consórcio e crédito ao consumidor.
"As medidas anunciadas são muito tímidas e absolutamente insuficientes. O governo tem chegado sempre mais tarde do que o necessário", diz Abujamra.
Elvio Aliprandi, presidente da Associação Comercial de São Paulo, diz que as medidas não terão nenhum efeito sobre as vendas.
"O governo adotou uma política anticonsumo cavalar no início do ano e agora quer flexibilizar com doses homeopáticas", afirma.
Para Aliprandi, o governo deveria ter eliminado o compulsório sobre os empréstimos bancários.
José Carlos Pinheiro Neto, diretor da General Motors, disse que "a sinalização dada pelo governo merece aplausos", ao referir-se à liberação do leasing de veículos (aluguel com opção de compra) para taxistas e frotistas.
Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (federação das concessionárias de veículos), define a decisão de liberar o leasing como "modesta".
Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, presidente da CUT, disse que as medidas aprovadas ontem pelo CMN foram insuficientes para conter o desemprego e estimular a produção no país.
O presidente da Febraban (federação dos bancos), Mauricio Schulman, disse considerar que "o importante é a tendência das medidas adotadas".
Para ele, o efeito das medidas será sentido pela clientela. "As taxas de juros vão cair. Já estão caindo." Schulman afirma que só a possível redução do IOF, de 18% para 15%, vai baratear os financiamentos em 0,25% ao mês.
Affonso Celso Pastore, ex-presidente do BC, classifica as medidas como "de rotina, paliativas". Para ele, "estão tentando apenas consertar os erros cometidos na política cambial". Segundo Pastore, "o desaquecimento da economia já é forte".

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