São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995
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Túlio quer fazer o 'Gol da Paz'

DA SUCURSAL DO RIO

O primeiro gol contra a violência já tem nome -"Gol da Paz"- e um candidato: o atacante Túlio, do Botafogo.
Ele promete fazer sábado, contra o Corinthians, o gol pedindo a paz entre as torcidas organizadas.
O atacante diz que os próprios atletas devem dar em campo o exemplo contra a violência dos torcedores.
"A diferença é que os jogadores sabem que, no fim do jogo, passa a rivalidade, até porque eles vivem do futebol. Nós trocamos as camisas. Só às vezes é que alguns atletas passam dos limites", afirma.
Túlio diz que nunca foi "bad boy". Tenta não se envolver em brigas, dentro ou fora de campo, porque "não leva a nada".
Ele defende maior punição para os jogadores violentos e uma preparação psicológica para os atletas.
O jogador do Botafogo acha que a campanha pela paz no futebol é a única chance de mudar o que considera "uma virada" na característica da torcida organizada: sua transformação em grupo de guerra, em vez de uma diversão.
"No meu tempo, a gente ia para o estádio cantar o time. Hoje é só 'vai se foder', 'vou matar', essas coisas. Não vale a pena", diz.
Para o atacante, a campanha pode ser a chance de poder levar aos estádios suas duas filhas.
Ele não permite que as crianças vão aos jogos, temendo confrontos entre torcidas adversárias.

Organizadas
As principais torcidas organizadas dos grandes clubes cariocas também estão dispostas a colaborar com a campanha de arrecadação de alimentos da Ação pela Cidadania Contra a Miséria e pela Vida, coordenada por Betinho.
"Trabalhar na campanha do Betinho seria, para nós, uma continuação do trabalho que já estamos fazendo", disse Júlio César Rodrigues, vice-presidente da flamenguista Raça Rubro-Negra.
Na final do último Estadual, entre Flamengo e Fluminense, a Raça fez uma campanha em favor da doação de órgãos.
O resultado foi que foram preenchidas 5.000 fichas de doadores no Maracanã, de acordo com dirigentes da torcida.

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