São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995 |
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CUT aprova novo tipo de sindicato
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
Houve protestos de correntes minoritárias, que ameaçam largar a CUT, e resistências dentro da Articulação Sindical, majoritária. Com o sindicato orgânico, as deliberações da direção executiva terão de ser cumpridas pelos sindicatos mesmo que as assembléias de sua base votem em contrário. "É a decisão mais grave que a CUT já tomou desde quando foi fundada. Se levada às últimas consequências, inviabiliza nossa permanência na central", afirmou Sérgio Barroso, da Corrente Sindical Classista (PC do B) e da executiva nacional da CUT. "Está aberto um processo, ainda reversível, espero, de burocratização da CUT", disse Oswaldo Martinez, da corrente "O Trabalho" (à esquerda da Articulação) e da executiva da CUT Estadual SP. "Haverá divisão da base e deslocamento de poder para a cúpula", disse Dirceu Travesso, o Didi, membro do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, antiga Convergência Socialista) e da executiva da CUT. Havia setores da Articulação que defendiam, "e inclusive escreveram isso", que a implantação do sindicato orgânico começasse já, segundo Heiguiberto Guiba Navarro, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, membro da Articulação. Mas os metalúrgicos e setores da nova corrente Alternativa Sindical Socialista (que reúne facções da antiga CUT pela Base, como a Igreja) pediram um período de discussão nas bases, disse Guiba. Assim, a formulação aprovada prevê que a plenária "assume o desafio de transformar os sindicatos filiados em orgânicos". Seminário vai propor prazos e remeter a definição à plenária de 96. O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, nega que haverá burocratização ou centralização de poder na CUT. Segundo ele, há consenso sobre a impossibilidade de implantar o sindicato orgânico já, por causa da lei. A Constituição prevê a unicidade sindical -existência de apenas um sindicato por categoria profissional em uma determinada região. Com o sindicato orgânico, a tendência é de existência de um sindicato para cada central. "Temos que acabar com o imposto e com a unicidade sindicais para implantar o sindicato orgânico. Ele permite a economia de recursos e mais unidade na CUT." Texto Anterior: BC quer que Rio seja exemplo para SP Próximo Texto: Contag faz ato de filiação Índice |
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