São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995
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BC quer que Rio seja exemplo para SP

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O Banco Central quer fazer da privatização do Banerj um exemplo para todos os demais bancos estaduais do país, especialmente para o Banespa.
Se funcionar, o Banerj será um banco público, instrumento do governo fluminense, mas sob controle privado.
O modelo, que é uma novidade para o Brasil, foi sugerido por consultorias internacionais.
Até aqui, os bancos estatais estaduais têm servido como caixa de seus governos. E aconteceu com todos o mesmo problema: adiantaram e emprestaram dinheiro para os governos, que simplesmente não pagaram.
A idéia agora é introduzir um novo conceito. O Banerj será privatizado. Mas o governo fluminense permanece como acionista minoritário e, sobretudo, continua utilizando o Banerj para receber impostos e pagar as contas do Estado.
Isso capitaliza o banco, que pode inclusive remunerar o governo estadual para deter sua conta. Além disso, o governo vai utilizar o Banerj para implementar políticas.
Só que não poderá mais gastar por conta, isto é, não poderá mais sacar a descoberto. Se quiser financiar, por exemplo, a agricultura, o governo deve aportar recursos de seu orçamento ao Banerj, que então fará as operações como agente privado.
Para o Banco Central, o modelo cai como uma luva para o Banespa. Por isso, os diretores do BC receberam com enorme alívio a decisão do governador do Rio, Marcelo Alencar, de iniciar a privatização do Banerj.
Acham os diretores que isso vai contrabalançar a forte oposição do governador Mário Covas, tucano, como Alencar, à privatização do Banespa.
Acreditam que a superioridade da situação do Banerj acabará estimulando uma solução igual para o Banespa.

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