São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995
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Racionamento de água vai até fim do verão

DA REPORTAGEM LOCAL

O rodízio de água que começa na próxima quinta-feira na cidade de São Paulo deve durar até o fim do próximo verão.
A informação foi dada ontem pelo diretor de Operação Metropolitana da Sabesp, Antonio Marsiglia Netto, 59.
O esquema será implantado em parte das zonas sul e oeste, entre os bairros de Jabaquara (zona sul) e Pirajussara (zona oeste), afetando 1,8 milhão de pessoas.
Com as demais pessoas que já estão sob esquema de rodízio, serão atingidas cerca de 4 milhões de pessoas na Grande São Paulo.
Os bairros serão divididos em blocos. Cada um ficará sem água por 24 horas e depois terá abastecimento normal por 72 horas.
Para o diretor, o rodízio será "mais suave" do que os últimos feitos pela Sabesp (28 horas sem água, 44 horas com água) e poderá ser "suportado" por mais tempo.
"Mesmo que chova no final de setembro, não vale a pena romper o rodízio e retomá-lo de novo no verão", disse Marsiglia.
Na próxima segunda-feira, a Sabesp deverá divulgar os bairros que farão parte do rodízio e os dias em que ficarão sem água.
Também na próxima segunda, segundo Marsiglia, a Sabesp deve divulgar um programa que prevê o fim dos rodízios em três anos.
O programa estaria baseado na duplicação de adutoras e na construção de reservatórios.
Para realizar as obras, no entanto, seriam necessários investimentos anuais de US$ 235 milhões.

"Rodízio permanente"
Na zona leste, o rodízio foi implantado no dia 18 passado. O desabastecimento atinge hoje 2,14 milhões de pessoas na região.
São 350 mil pessoas de Ermelino Matarazzo e Cangaíba e mais 1,8 milhão de pessoas das áreas de rodízio permanente recebendo água a cada dois dias.
As áreas que sofrem o rodízio permanente são localizadas, segundo a Sabesp, em terrenos muito altos ou muito afastados das represas, o que dificultaria o abastecimento. "Não há pressão para a água chegar até lá", diz Marsiglia.
Assim, um aumento no consumo nessas áreas diminui o volume de seus reservatórios. É o que está ocorrendo, segundo a Sabesp.
Apesar de o volume das represas estar normal, um aumento de 15% a 20% no consumo de água, provocado pelo calor, reduziu o nível dos reservatórios dessas áreas. "Se não fizéssemos rodízio para distribuir a água, essas áreas ficariam sem abastecimento."

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