São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995
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Polícia ameaça e ladrões soltam 2 reféns em AL

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE E EM MACEIÓ

O gerente de banco Marcelo José de Siqueira Campos Barros, 46, e o vigilante José Ernando Douglas dos Santos, 25, foram libertados ontem em Maceió (AL) depois de permanecer por mais de 30 horas em poder de assaltantes.
Barros e Santos foram feitos como reféns por quatro homens que conseguiram fugir após o assalto frustrado a uma agência do Banco do Brasil em Garanhuns (230 km de Recife, PE), anteontem.
O secretário da Segurança Pública de Alagoas, coronel PM Antonio Amaral, afirmou que os reféns só foram liberados devido à pressão da polícia alagoana.
Os policiais prenderam "para averiguações parentes de um dos assaltantes, conhecido como Nezinho Neto. Foram detidos a mulher, três filhos e três irmãos.
"Em uma ligação que eles fizeram para a polícia, informamos que, se eles não libertassem os reféns, nós mataríamos todos os parentes que estavam presos. Era a única linguagem que eles poderiam entender naquele momento. Foi um blefe que deu certo", afirmou o secretário, cuja atuação no governo é criticada por entidades de defesa dos direitos humanos.
Os reféns foram libertados às 20h35 de ontem, em um canavial a 27 km do centro de Maceió.
Cerca de 200 policiais de Alagoas tentavam ontem prender os assaltantes, que continuavam foragidos até as 23h.
A tentativa de assalto ao banco de Garanhuns ocorreu às 15h25 de anteontem. Sete homens invadiram a agência, armados com metralhadoras, fuzis e granadas.
A polícia foi alertada e houve troca de tiros. Um policial e um assaltante morreram no confronto. Outro policial ficou ferido. Dois dos assaltantes foram presos e quatro fugiram com os reféns.
Segundo o vice-governador de Alagoas, Manoel Gomes de Barros (PTB), e o secretário Amaral, o gerente Barros é primo do deputado federal Fernando Torres (PSDB-AL) e parente do senador Roberto Magalhães (PFL-PE).

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