São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995
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Falta de higiene fecha 59 estabelecimentos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria Municipal do Abastecimento de São Paulo (Semab) interditou nas duas últimas semanas 59 estabelecimentos por total falta de higiene.
Entre os dias 14 e 31 de agosto foram vistoriados 1.842 locais, entre bares, restaurantes, lanchonetes, açougues, supermercados e padarias.
Desse total, 407 foram multados e 494 foram considerados em boas condições de higiene e saúde.
Entre os estabelecimentos que sofreram punições da Semab estão os supermercados Pão de Açúcar (interdição parcial na zona leste), Paes Mendonça (interdição parcial no Butantã e multas no Morumbi, ambos na zona oeste) e o Carrefour (multa, na marginal Tietê).
As direções dos supermercados discordam dos critérios utilizados nas vistorias e negam problemas de falta de higiene (leia texto nesta página).
Há cerca de dez dias, o secretário do Abastecimento, Waldemar Costa Filho, teve reunião com proprietários de restaurantes e membros dos sindicatos da categoria para discutir as fiscalizações que vêm sendo feitas na cidade.
O presidente da Abredi (Associações dos Bares e Restaurantes Diferenciados), Percival Maricato, pediu uma trégua nas multas.
Os proprietários querem que os fiscais façam vistorias nos restaurantes apenas para orientar os funcionários sobre os cuidados com higiene que devem ser tomados.
"Os funcionários têm um baixo nível de escolaridade. Nós tentamos dar treinamento, mas há uma alta rotatividade e logo eles vão para outro lugar. Os custos ficam muito altos", disse Maricato.
Costa Filho negou qualquer tipo de trégua e disse que as interdições e multas devem continuar.
O secretário se baseia no fato de que a legislação existente sobre o assunto dentro do Código de Defesa do Consumidor já está em vigor há quatro anos e, portanto, todos já deveriam ter se adequado.
Maricato também criticou a presença da imprensa nas blitze da Semab e as prisões que são feitas pelo Decon (Departamento Estadual de Polícia do Consumidor).
"A presença da imprensa e do Decon são importantes. Os donos dos restaurantes ficam preocupados com sua imagem e passam a cumprir as exigências. Quem estiver com tudo em ordem não tem o que temer", disse Costa Filho.

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