São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995
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Mesbla vai cortar 20% dos empregados

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A Mesbla S.A. vai reduzir em 20% o número de funcionários durante o processo de concordata, que vai durar até agosto de 1996. Cerca de 2.200 dos 11 mil funcionários da Mesbla devem perder seus empregos.
O corte de pessoal faz parte do processo de reestruturação da empresa para sair da concordata. Os cortes não serão todos feitos de uma vez, mas já foram iniciados, atingindo pouco menos de 10% dos funcionários.
A Mesbla confirma a informação de que está em um processo de enxugamento, mas diz que não há definição nem de quantidade nem de prazos para que sejam realizadas as demissões.
O grupo chegou a ter 28 mil funcionários em 1989. Somente a Mesbla Loja de Departamentos tem hoje 7.000 empregados.
As demissões, segundo a Folha apurou, devem acompanhar o processo de enxugamento. A Mesbla Financeira, que está com seus dias contados, por exemplo, deve demitir seus funcionários quando encerrar a operação, o que ainda não tem data para acontecer.
Na Mesbla, tem-se a certeza de que o grupo sairá da concordata menor do que entrou. Alguns negócios lucrativos, como a Presta Administradora de Cartões e a Mesbla Veículos devem ser vendidos totalmente (Presta) ou em parte (veículos).
Ativos da Mesbla que poderiam auxiliar na capitalização já estão comprometidos com credores.
A sede da empresa, um edifício de 12 andares com a mais tradicional loja de departamentos do grupo no térreo, já foi entregue ao Banco BCN como garantia de empréstimo. Ele está sendo utilizado pela Mesbla no sistema de leasing (aluguel com opção de compra).
As demissões, em um primeiro momento, não devem ocorrer em grande número no setor operacional da empresa. O objetivo prioritário da Mesbla é fazer caixa para poder pagar seus credores dentro do prazo previsto.
A Mesbla devia, à época do pedido da concordata, R$ 259 milhões, que precisam ser pagos 40% no primeiro ano e o restante no segundo ano.

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