São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Imprensa chinesa ignora encontro das ONGs

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

A imprensa chinesa evidencia o esforço do governo em manter a população afastada do encontro das organizações não-governamentais.
O maior evento internacional da história da China ontem mereceu menção na primeira página de apenas um grande jornal do país, enquanto outros dois diários não publicaram nada.
O Partido Comunista chinês não quer que "idéias estrangeiras, como democracia, e "temas desnecessários", como homossexualismo, "contaminem a população local".
Todos os veículos de comunicação na China são controlados pelo governo e refletem essa política.
O "Diário da Juventude de Pequim" e o "Diário da Juventude da China" não dedicaram ontem nem sequer uma linha ao evento que mudou a rotina da capital chinesa. Por exemplo, as medidas especiais para aliviar o trânsito, deixando a cidade sem congestionamentos.
O "Diário do Povo", porta-voz oficial do Partido Comunista, mencionou o encontro das ONGs em dois momentos.
Na página 4, anunciou o início das discussões. Mas listou apenas temas que não incomodam o governo, como "as lições dos países em desenvolvimento", "o sucesso da mulher e a tecnologia". Nada de problemas sexuais ou direitos humanos.
Na página 7, o "Diário do Povo" publicou uma foto de Gertrude Mongella, a secretária-geral da Quarta Conferência Mudial da Mulher, que começa segunda-feira. Acompanhava uma pequena biografia dessa diplomata da Tanzânia (África).
Apenas o "Diário de Pequim" dedicou um espaço da primeira página ao encontro das mulheres. O texto falava dos 70 hotéis da capital chinesa que se preparam especialmente para receber os visitantes estrangeiros.
(JS)

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