São Paulo, domingo, 3 de setembro de 1995
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Governo acha valor exagerado

DA REDAÇÃO

O governo não confia nos resultados da estimativa de Fernando Homem de Melo, que aponta queda de R$ 9,6 bilhões na renda agrícola deste ano.
"Acho este número exagerado. Se fosse real, a agricultura estava quebrada. Há um problema de deflator nesta pesquisa" disse à Folha Guilherme Dias, secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura.
Dias admitiu, porém, que a queda de produção na próxima safra (95/96) é inevitável.
"Interessa produzir mais milho, se temos em estoque 10,5 milhões de toneladas e devemos vender no máximo mais 3 milhões de toneladas?", questionou o secretário.
A situação do arroz, segundo ele, não é diferente.
Para o secretário, a safra 96 será de alto risco.
"Não dá para resolver a crise do endividamento", disse.
Ele citou como exemplo de caso sem solução o problema dos arrendatários gaúchos que plantam arroz.
"Os proprietários de terra pararam de produzir e os arrendatários assumiram todos os riscos, sem ter qualquer garantia para dar aos bancos", disse Dias.
No caso da região Centro-Oeste, o secretário informou que o governo pretende antecipar os preços mínimos, na forma de CPR (Cédula do Produtor Rural), para viabilizar o plantio de soja.
"A nossa maior preocupação não é com o abastecimento, garantido pelos estoques, mas procurar não desestabilizar os núcleos de produção".
O secretário está preocupado com as dificuldades impostas pelo Banco do Brasil para a concessão de financiamentos rurais.
Diante da política de reestruturação financeira, adotada pela direção do BB, as agências passaram a emperrar a aprovação dos financiamentos, aumentando a burocracia e fazendo uma seleção rigorosa.

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