São Paulo, domingo, 3 de setembro de 1995 |
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Bancos 'importam' recursos
JOSÉ ALBERTO GONÇALVES
Desde março, quando os bancos foram autorizados a trazer dinheiro para o crédito agrícola, a rede privada captou US$ 160 milhões. Até o início de outubro devem entrar mais US$ 500 milhões, segundo Osias Costa, diretor de crédito rural da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos). Os juros dos empréstimos da linha externa variam entre 18% e 20% ao ano, mais a correção do câmbio. Grandes produtores, esmagadoras e tradings são os principais destinatários desse crédito. A Folha apurou que a maior parte do dinheiro captado atende produtores clientes das multinacionais que atuam no processamento e exportação de grãos e na venda de insumos. Sobre os empréstimos da linha externa não é cobrado IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que atualmente tem taxa de até 6% para pessoa física e de até 18% para pessoa jurídica. Culturas de exportação, como café, soja e laranja, são as que estão recebendo mais recursos da linha de captação externa, em função dos seus preços estarem atrelados ao câmbio. Para elevar o montante de recursos à disposição dos agricultores, o governo aumentou, em agosto, de 6% para 17% o percentual das exigibilidades bancárias. As exigibilidades são a parcela dos depósitos à vista aplicada obrigatoriamente no crédito rural. Costa, da Febraban, estima que o novo percentual representa atualmente R$ 1,3 bilhão, que será destinado ao crédito de custeio, utilizado na compra de insumos para o plantio da safra. Os bancos são obrigados a emprestar metade do R$ 1,3 bilhão aos míni e pequenos produtores. A rede privada também terá que empregar 20% deste valor no financiamento do Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar). O Pronaf prevê empréstimos a míni e pequenos agricultores, com juro anuais de 16%. Texto Anterior: Safra recorde traz perda de R$ 9,6 bi Próximo Texto: Governo acha valor exagerado Índice |
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