São Paulo, domingo, 3 de setembro de 1995
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Cadê você, RT?

JUCA KFOURI

O Campeonato Brasileiro começou, continuou, está completando sua quinta rodada e, até agora, nada, ele não apareceu. Cadê você, RT?

O futebol brasileiro anda pegando fogo, a violência fez mais uma vítima, a sociedade toda discute o que fazer e ele, até agora, nada, não apareceu, não se pronunciou. Cadê você, RT?

Depois, dizem que é perseguição, que o problema é pessoal. Mas será possível que o presidente da CBF desapareça pelas vielas da Suíça quando o circo pega fogo por aqui? Será um exagero da coluna querer saber o que ele pensa sobre tudo que está acontecendo dentro do campeonato que a entidade que ele preside e organiza?

OK, você venceu, caro leitor. Ruim sem ele, pior com ele. RT não faz falta. Melhor que fique longe. Vai ver está buscando inspiração para retocar a imagem mundial do coronel Muamar Gadafi à custa da seleção brasileira. Incrível, aliás, como certos traços genéticos são transmitidos até por osmose. O sogrão Havelange também adora um ditador, haja vista a relação fraternal que sempre manteve com o general argentino Videla.

E, para evitar eventual mal-entendido, nenhuma saudade sua, RT.

Por falar em coronéis e generais. Um leitor, Marcos Catap, a propósito de discutir a violência nos estádios, se destaca entre as inúmeras cartas e faxes que a coluna recebeu a respeito. Embora, como já foi visto, o tema não comova Ricardo Teixeira, o leitor chama a atenção para o fato de que a convocação para o serviço militar obrigatório deixa milhares de jovens na faixa dos 17 anos sem poder trabalhar, massa de manobra majoritária, segundo as pesquisas das torcidas organizadas.
É que as empresas exigem a quitação do serviço militar para contratar funcionários, coisa que eles não podem apresentar, porque só ali pelos 17 anos e meio é que se sabe se o jovem foi convocado. Talvez fosse bom pensar nisso.

O que tem de assinante bravo com a Sportv é uma grandeza. Os telefones da emissora ficaram congestionados na última quarta-feira, quando os dois gols do empate entre Corinthians e Paraná simplesmente não foram ao ar, substituídos por repetecos de lances anteriores. Teria sido melhor substituir o diretor de TV.

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