São Paulo, domingo, 3 de setembro de 1995
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Localização e metrô atraem classe média

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma boa localização e facilidade de transporte são as razões do sucesso da Vila Mariana entre os visitantes do 2º Salão do Imóvel entrevistados pelo Datafolha.
O bairro fica a menos de cinco quilômetros do centro e é cortado pela linha norte-sul do Metrô. Quatro estações -Paraíso, Ana Rosa, Vila Mariana e Santa Cruz- desembocam nas suas principais ruas.
Além disso, as estações Paraíso e Ana Rosa fazem a ligação com a linha leste-oeste, facilitando o deslocamento para outros pontos da cidade, em especial para a região da avenida Paulista.
Com isso, a Vila Mariana firmou-se como uma atraente opção para quem quer morar na zona sul.
Segundo o consultor Carlos Alberto China, da Geomarkt, que realiza estudos de localização para empreendimentos imobiliários, a região também se destaca pela homogeneidade de sua população.
A Vila Mariana tem características bem definidas de classe média. A renda mensal familiar é de R$ 2.210. Cerca de 15% dos moradores têm curso universitário.
Só para comparar, a renda familiar mensal em São Paulo não passa, em média, de R$ 1.200. De seus 9,8 milhões de habitantes, 7% cursaram universidade.
Além disso, apenas 0,6% dos 134 mil moradores da Vila Mariana vive em favelas. "Tratando-se de São Paulo, é um número muito baixo", diz China.
"É um bairro nobre em uma região privilegiada", concorda o gerente de atendimento da imobiliária Lopes, José Botelho.
Ele conta que, em novembro do ano passado, a Lopes vendeu 70% de dois empreendimentos dirigidos ao comprador de classe média em apenas um final de semana.
A grande procura pelo bairro acabou alavancando os preços. O m2 de área construída na Vila Mariana custa, em média, R$ 1.905, bem mais caro do que em outros bairros de classe média como Perdizes (R$ 1.692) ou Morumbi (1.599), ambos na zona oeste.
Hoje, a Vila Mariana sofre com a crise do mercado imobiliário. Em julho, segundo o Datafolha, foram vendidos apenas 16 dos 371 imóveis oferecidos na região.
O bairro ocupou o 10º lugar em vendas de imóveis no mês passado. O Butantã liderou com 31 imóveis negociados.
O mercado está em crise desde o início de julho, quando o governo proibiu a cobrança do resíduo inflacionário dos contratos.

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