São Paulo, domingo, 3 de setembro de 1995 |
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Ambiente influi na população
FREE-LANCE PARA A FOLHA Para o professor e pesquisador Yasunobu Matsuura, os parâmetros da pesquisa dos EUA são pouco abrangentes e não consideram meio ambiente, correntes, luz, etc.Segundo Matsuura, o sucesso de uma população de peixes está relacionado a quantidade de matéria orgânica disponível no mar. "A matéria orgânica é produzida pelas algas microscópicas que formam o fitoplâncton através da fotossíntese. Isso é chamado de produção primária", diz. E, para que haja uma produção primária adequada, devem-se avaliar parâmetros como quantidade de luz que chega às algas. A quantidade de luz muda, não só de acordo com a época do ano. Correntes ou outros fenômenos, como partículas em suspensão na água podem afetar a produção de matéria orgânica pelas algas. Matsuura cita outro fenômeno que pode estar relacionado ao colapso ou não de uma população: o próprio patrimônio genético. "O polimorfismo, que é a variação genética que existe de um indivíduo para outro, pode fazer com que um peixe sobreviva a alguma mudança climática e outro não. Parece ser o caso da anchoveta no Chile e da sardinha do Japão". O pesquisador afirma existirem inúmeros estudos que procuram explicar o porquê de algumas populações de peixes terem entrado em colapso. Em um deles, foram datadas escamas de peixes e aplicados modelos matemáticos que permitiram chegar aos números de indivíduos que existiam nas populações de peixes do passado. "Chegou-se a um resultado espantoso. Espécies como a anchoveta e a sardinha parecem sofrer oscilações naturais bruscas no número de indivíduos há cerca de 2.000 anos, antes de o homem ter dominado a pesca", diz. Para Matsuura, isso mostra que o estudo das populações de peixes e seu sucesso no planeta é muito mais complexo do que se imagina. Texto Anterior: Exploração do mar não está para peixe Próximo Texto: HISTÓRICO Índice |
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