São Paulo, domingo, 3 de setembro de 1995 |
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Depoimentos atravessam ritmo de programas musicais
SÉRGIO DÁVILA
Na Globo, o "Som Brasil Especial - Tributo a Cazuza"; na Cultura, "Canto em Qualquer Canto", com a cantora/compositora Ná Ozzetti. Começando pela emissora carioca. A homenagem aos cinco anos da morte de Cazuza (1958-1990) é bem-vinda. Mas foi apenas correta. Gravada no Metropolitan, pareceu mais interessante para quem tocava do que para o espectador descompromissado. "Tributo a Cazuza" intercalou apresentações em som estéreo com depoimentos -abertos pelo de Renato Russo, que não cantou. Teve Lobão na fase chapeuzinho vermelho (a cara do Ivan Lins), Simone tendo orgasmos, e apoteose final, com todos os convidados cantando "Exagerado" abraçados. Deixou a impressão de que poderia ter sido mais bem feito. Já a iniciativa da Cultura é interessante. De terça a ontem iria mostrar cinco shows de pessoas que não são exatamente queridinhas da mídia. Começou com Ná Ozzetti, talvez a melhor cantora do Brasil. Desfilou o repertório de seu último disco, pérolas como "Atração Fatal" e "Sutil", a serem descobertas. Mas a estrutura era pobrezinha. A luz, fraca, incomodava; as três câmeras foram óbvias. E, de novo, depoimentos se intercalavam com músicas. É só até aí que se pode chegar num programa musical? Mesmo hoje, 40 anos nas costas, a TV brasileira não descobriu nada de novo? A Globo, cujo jeito de fazer novelas é reconhecido no mundo inteiro, descuida dessa área. Seus "musicais" estacionaram no Chacrinha. A Cultura, com toda a liberdade de uma emissora não-comercial, não ousa. E tome depoimento-música-depoimento. E tome tédio. Texto Anterior: Economia de conhecimento Índice |
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