São Paulo, segunda-feira, 4 de setembro de 1995
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Candidatura Jáder volta a ser cogitada

Senador seria opção para unir PMDB

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas semanas depois de desistir de disputar a presidência do PMDB, o senador Jáder Barbalho (PA) voltou a ter sua candidatura colocada na mesa de discussão da crise peemedebista.
Jáder desistiu de se candidatar após críticas feitas a ele por governadores de seu partido.
Com sua renúncia, restou a candidatura do deputado Paes de Andrade (CE). Mas o nome de Paes sofre fortes resistências no PMDB. Na última quinta, o partido adiou de 10 de setembro para 1º de outubro a convenção que escolherá o novo presidente.
O adiamento é apontado como um golpe mortal na candidatura de Paes. Os peemedebistas apresentaram lista com nomes que podem substituí-lo. O deputado Aloysio Nunes (SP) poderá se apresentar como alternativa.
Mas nos últimos dias o nome de Jáder voltou a ser apontado como o que reúne mais chances para resolver o impasse no partido. Ele reúne apoio de dois grupos fortes no PMDB -o do ex-presidente José Sarney e o do ex-governador Orestes Quércia.
Jáder nega que pretenda ceder aos apelos e voltar a se candidatar. "Não aceito. Estou fora de cogitação", diz. Mas os peemedebistas acreditam que o senador pode mudar de opinião.
Principal responsável pela renúncia de Jáder, o governador de Goiás, Maguito Vilela, acredita em outras opções. A solução, para ele, passa pela retirada da candidatura de Paes. "O Paes vai entender a situação e também se afastar", diz.
Vilela ameaça convocar novamente os governadores para convencerem Paes de Andrade a desistir. Ele nega que sua iniciativa seja para beneficiar o senador Iris Rezende (GO), seu padrinho político. Outros peemedebistas acreditam que a pressão de Vilela inviabiliza a candidatura de Iris.
Quando Vilela reuniu os governadores para bombardear as candidaturas de Paes e Jáder, seu gesto foi visto como uma manobra para beneficiar Iris. Vilela discorda. "Há tanto desprendimento na iniciativa dos governadores que não temos nenhum nome de colete", diz.
Mas os governadores apresentaram uma lista de quem poderia ser presidente: o próprio Iris, o ministro dos Transportes, Odacir Klein, e os deputados Michel Temer (SP) e Aloysio Nunes (SP).

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