São Paulo, segunda-feira, 4 de setembro de 1995
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Quatro pessoas morrem em chacina no Rio

PAULO GRAMADO; ROBERTO MACHADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quatro pessoas foram mortas a tiros no sábado à noite, em Campos Elíseos, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (Rio), por três homens.
A polícia acredita que o crime esteja ligado ao tráfico de drogas.
Maria de Lurdes Silva, 26, e Regina Barcelos Ribeiro, 34, foram mortas dentro da casa 5, da família de Regina, na rua 7.
Regina foi executada na frente das filhas Elaine, 7, e Daiane, 1, e do marido Sérgio Silva, que registrou o caso na 60ª DP (Delegacia de Polícia).
Sérgio Silva afirma conhecer a identidade dos matadores e os prováveis motivos da chacina, mas disse que não vai dar as informações à polícia.
O marido de uma das vítimas afirma temer represálias por parte dos matadores ou mandantes do crime. Testemunhas afirmaram que os três estavam encapuzados no momento do crime.
Momentos depois de assassinarem as duas mulheres, os três encapuzados mataram dois homens num bar a poucos metros da casa onde elas estavam.
Os quatro corpos foram levados para o IML (Instituto Médico Legal) de Duque de Caxias. Lá, parentes de um dos mortos o identificou como Gilmar de Oliveira.
Até a noite de ontem, a outra vítima não fora reconhecida.
Segundo a Polícia, o bar funcionava como "boca-de-fumo" e os quatro assassinados estariam envolvidos com traficantes, que teriam providenciado a execução.
A rua 7, segundo um policial que se identificou apenas como detetive Robson, é um conhecido ponto-de-venda de drogas.

Policiais do 9º BPM (Batalhão da Polícia Militar) realizaram ontem uma operação no morro do Juramento, em Vicente de Carvalho (zona norte), em busca de Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, procurado por tráfico de drogas.
Houve troca de tiros e dois PMs foram baleados. O tenente Sérgio Vágner Luis levou três tiros e o sargento Francisco Eurico Lopes Martins teve um ferimento na mão direita.
Segundo a PM (Polícia Militar), dois supostos traficantes foram mortos na troca de tiros. Às 18h45 de ontem, os corpos ainda não haviam sido removidos para o IML.
Uê, que não foi encontrado, é considerado pelas polícias Civil e Militar um dos maiores traficantes do Rio. Ele teria chefiado o tráfico de drogas no morro do Alemão (zona norte) e está sendo procurado há mais de um ano.

Colaborou ROBERTO MACHADO, da Sucursal do Rio

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