São Paulo, segunda-feira, 4 de setembro de 1995
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Bomba fere quatro em mercado de Paris

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

Um atentado a bomba frustrado feriu na manhã de ontem quatro mulheres em uma feira em Paris, perto da praça da Bastilha.
A bomba artesanal, construída com uma panela de pressão, falhou. Apenas o detonador explodiu, por volta das 11h, lançando um jato de fogo que queimou sem gravidade as mulheres.
Os três atentados deste ano em Paris já mataram sete pessoas e feriram 107. Na semana passada, uma outra bomba artesanal, colocada na linha do trem Lyon-Paris, também falhou.
A polícia francesa atribuiu os atentados anteriores ao Grupo Islâmico Armado (GIA).
O GIA é uma rede de grupos guerrilheiros islâmicos fundamentalistas que luta contra o governo argelino, que dizem ser apoiado pela França.
Em 1992, as eleições parlamentares, vencidas em primeiro turno pelos partidos islâmicos, foram canceladas. Uma junta militar assumiu o poder. Eleições presidenciais estão marcadas para novembro, mas os principais partidos do país vão boicotá-la.
A bomba do atentado de ontem foi encontrada sob uma cadeira, perto de uma barraca de legumes, numa feira movimentada da cidade. A polícia diz que a panela estava cheia de pregos, porcas e pedaços de metal, como a que explodiu em 17 de agosto perto do Arco do Triunfo, ferindo 17 pessoas.
As bombas anteriores eram construídas com botijões de gás, típicos de atentados do Grupo Islâmico Armado, que também utiliza panelas de pressão.

Bélgica
Começa hoje em Bruxelas (Bélgica) o julgamento de 30 pessoas suspeitas de pertencerem ao GIA. A polícia da cidade armou um esquema de segurança semelhante ao adotado em Paris depois do primeiro atentado do ano, em julho.
O policiamento foi reforçado, cães farejadores foram colocados em frente ao tribunal e latas de lixo foram fechadas (local que costuma abrigar bombas).
Um dos suspeitos presos é Ahmed Zaui, tido como um dos líderes do GIA. Os 30 suspeitos são acusados de porte ilegal de armas e formação de quadrilha. Foram presos em uma batida policial em abril de 1995. Dez são argelinos.
As polícias francesa e belga acreditam que os acusados façam parte da rede européia de sustentação da guerrilha fundamentalista, que estaria distribuída por Alemanha, Bélgica e França.
*Com agências internacionais

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