São Paulo, terça-feira, 5 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TCU solicita explicação sobre obras paradas

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O TCU (Tribunal de Contas da União) deu prazo de 30 dias para que sejam feitas tomadas de contas especiais e sejam identificados os responsáveis por 503 obras inacabadas do governo federal no Nordeste. O TCU descobriu que 168 obras estão totalmente paradas, algumas há mais de quatro anos.
O TCU é um órgão que presta assessoria ao Congresso Nacional na fiscalização das contas da União. É atualmente presidido pelo ministro Marcos Villaça.
O governo já investiu R$ 1,014 bilhão nessas obras, e, segundo estimativas do TCU, ainda faltam R$ 2,172 bilhões para concluí-las -ou seja, menos de um terço do previsto foi concluído.
"Cada centavo imobilizado por uma obra paralisada estaria muito melhor aplicado se tivesse sido poupado e canalizado para abater o principal da dívida, ou para reduzir a pressão sobre as necessidades de emissão de títulos públicos", disse o ministro Carlos Átila, relator do processo.
Pelo levantamento do TCU, essas 503 obras representam apenas aquelas sobre as quais o tribunal teve conhecimento. O TCU quer que se aprofunde a investigação, pois existem Estados -caso da Paraíba- em que não foi apontada nenhuma obra parada.
Recursos
O TCU aponta como principal causa da paralisação das obras a insuficiência de recursos, que na maioria dos casos não estava prevista nos orçamentos.
Mas o tribunal pede que sejam investigados os casos de mau uso de recursos públicos.
Também foram pedidas auditoriais especiais para levantar os investimentos no Hospital Geral de Olinda (PE), projetos de irrigação do Dnocs, na Empresa Petroquímica do Nordeste e na obra de modernização do transporte em Salvador (BA).
Há outros casos em que a obra física está pronta -como são os casos de 39 hospitais ou postos de saúde-, mas não há pessoal ou equipamento para operá-la.
Há ainda, segundo o TCU, 43 Caics (Centros de Atenção Integrada à Criança) em obras, 12 projetos de irrigação paralisados (que envolvem R$ 543,5 milhões), 36 estradas e três presídios inacabados, entre outros.

Texto Anterior: Jatene fiscaliza jornada dos funcionários
Próximo Texto: Receita investiga empresas fornecedoras
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.