São Paulo, terça-feira, 5 de setembro de 1995
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Receita investiga empresas fornecedoras

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Receita Federal está investigando empresas fornecedoras do Exército por suspeita de sonegação fiscal e contrabando.
O Exército também apura indícios de superfaturamento praticado pelas mesmas empresas em vendas de R$ 10 milhões em remédios e equipamentos destinados às tropas deslocadas para Angola.
A Folha apurou que as investigações da Receita começaram com uma denúncia enviada por um ex-funcionário da empresa B&B Produtos Médicos Hospitalares.
Segundo a denúncia, os equipamentos vendidos pela empresa seriam contrabandeados ou então subfaturados para evitar o pagamento de impostos.
A procedência dos equipamentos é atribuída a uma empresa com sede em Miami (EUA), apontada como responsável pela suposta sonegação fiscal para beneficiar a B&B.
Os equipamentos entrariam no Brasil por Campinas (SP), onde a fiscalização é acusada de cobrar US$ 20 por quilo de cada encomenda para liberar os materiais sem pagamento de impostos.
A Folha telefonou para a empresa às 18h30 e às 19h. Nas duas ocasiões, a telefonista, que se identificou como Marilene, informou que o gerente da empresa -conhecido apenas por Júnior- não estava e que somente hoje ele poderia ser encontrado.

Superfaturamento
O Exército também instalou auditoria para investigar suspeitas de superfaturamento em vendas de remédios. A Folha apurou que a empresa B&B também é investigada nesse caso.
Segundo o Ccomsex (Centro de Comunicação Social do Exército), se forem comprovados a formação de cartel e o superfaturamento de preços, a auditoria será transformada em inquérito administrativo para punição dos responsáveis.
Em princípio, o Exército considera que o preço dos medicamentos pode ser mais alto do que os cobrados em farmácias, já que a elevação pode ser atribuída às despesas de embalagem.

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