São Paulo, terça-feira, 5 de setembro de 1995 |
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Cidade tenta 'renascer' no sertão
ARI CIPOLA
A intenção da Chesf é transferir o patrimônio, por meio de doação, para o governo de Alagoas. A empresa estatal gastou R$ 170 milhões para construir 1.153 casas, uma escola, e um hospital, que hoje é o mais moderno do sertão alagoano. As casas, os hospitais e a escola são subutilizados, devido às demissões dos empregados após a conclusão da barragem. Hoje, há só 1.500 funcionários. Pelo menos 600 casas estão abandonadas. O hospital, que tem 35 leitos e duas salas de cirurgia equipadas, está ocioso. A escola, que chegou a ter 3.500 alunos, tem hoje menos de mil. Toda essa estrutura foi montada a dois km do centro de Piranhas (a 268 km de Maceió) e é conhecida como bairro Xingó, apesar de ser maior que a própria cidade. A própria Chesf reconhece que saída parcial dos seus funcionários da região está trazendo problemas sociais no sertão. Em razão disso, a direção da empresa se reúne amanhã com o secretário de Planejamento de Alagoas, Jorge Florêncio Tenório. "Estamos esperando que o governo se manifeste sobre qual utilização quer dar para a cidade", afirma Sérgio Xavier, assessor de Comunicação Social da Chesf. Segundo ele, desde 1990 uma comissão da Chesf e do governo de Alagoas estuda uma destinação para o bairro Xingó, mas até agora nada foi definido. "Até o final de 96, teremos menos de 500 funcionários no local. Precisamos de uma definição do governo", disse. A hidrelétrica de Xingó é a mais cara obra em andamento do governo brasileiro. A usina vai custar aos cofres da União US$ 3,2 bilhões, quantia que o Estado de Alagoas arrecada em quatro anos. A hidrelétrica foi planejada nos anos 50, iniciada no governo Figueiredo, paralisada no de Sarney, retomada no de Collor e inaugurada por Itamar Franco no fim de 94. Apesar de inaugurada, a obra não está pronta. Itamar a inaugurou só com uma das seis turbinas prontas. Texto Anterior: 'Acabei com minha vida' Próximo Texto: Meta é centro de estudos Índice |
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