São Paulo, terça-feira, 5 de setembro de 1995 |
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Sumiço estratégico
JUCA KFOURI Mais cedo do que era previsível, está mais que óbvio que Eduardo Farah afastou-se da FPF só para inglês ver.As decisões que envolvem os contratos da entidade continuam nas mãos dele e, definitivamente, não fica bem para Rubens Approbato Machado aceitar o papel de biombo. Vaidade tem limite e pode comprometer toda uma história de vida. Dois exemplos que demonstram a atuação de Farah à sombra: a Drible está perdendo para a Penalty o direito de ser a bola oficial da FPF no ano que vem, em mais um contrato nebuloso em que todas as partes fazem questão de esconder o jogo, como se fosse algo escuso. O que se sabe é que, desta vez, a Drible não teve como atender as exigências de Farah. Do mesmo modo, quem continua negociando com as emissoras de TV é Farah, prova provada de que seu sumiço foi estratégico -só para tentar sair um pouco das luzes que alimentam a vaidade, mas podem dificultar o mais importante, principalmente para quem não tem atividade profissional conhecida e está respondendo a inquéritos na Receita Federal. Desnecessário será dizer o quanto esse clima soturno influencia até a violência das torcidas organizadas, numa cadeia hierárquica de impunidades que se somam infinitamente. Cadeia, aliás, é o termo mais adequado mesmo. Para alegria de alguns cartolas e felicidade geral dos leitores, esta coluna também dará uma parada técnica, reaparecendo apenas no dia 2 de outubro. Não será, no entanto, um sumiço estratégico. Apenas uma pausa para reabastecimento como, por sinal, ficou combinado com a direção desta Folha desde o começo, em 2 de julho. Surpresa! A perícia técnica, já em fase final, feita pelo 5º Distrito da Polícia Civil, concluiu que o incêndio acontecido no prédio da FPF foi acidental. Ainda bem que só foram queimados alguns contratos antigos feitos pela entidade e algumas centenas de bolas. Bolas Drible, é elementar. O professor Manoel Gomes Tubino, ex-presidente do extinto Conselho Nacional dos Desportos, será o novo reforço do conselho do ministro Pelé. Tubino é um ideólogo da democratização no esporte e seus embates com Carlos Arthur Nuzman serão uma atração imperdível nas reuniões do conselho. Texto Anterior: Notas Próximo Texto: Corinthians quer 'começar do zero' no segundo turno Índice |
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