São Paulo, terça-feira, 5 de setembro de 1995
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Bomba é desarmada em banheiro de Paris

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

A polícia de Paris desarmou ontem uma bomba de 25 kg colocada dentro de uma cabine de banheiro público. É o quinto atentado (ou tentativa frustrada de atentado) na França nos últimos 40 dias.
Três das bombas falharam ou explodiram parcialmente. Quatro dos atentados atingiram Paris. No total, sete pessoas morreram e 107 ficaram feridas.
A bomba, feita com botijão de gás, foi encontrada por um funcionário de manutenção dentro de um carrinho de feira escondido no banheiro, por volta das 10h de ontem (5h em Brasília).
A tentativa frustrada de atentado ocorreu em um bairro mais popular e afastado da capital francesa, numa praça onde, aos domingos, ocorre uma feira.
Na praça, ficam também uma escola primária e um jardim-de-infância. Ontem, começaram as aulas em Paris. Às segundas-feiras, as lojas do bairro ficam fechadas.
Segundo a polícia, a bomba estava programada para explodir anteontem. O atentado coincidiria então com o da feira na praça da Bastilha, onde a explosão de uma bomba construída com uma panela de pressão deixou quatro mulheres feridas. Ontem, três delas ainda estavam no hospital.
A bomba achada ontem era feita de um botijão de gás doméstico, como a do atentado frustrado do dia 27 de agosto na linha do trem entre Lyon (região central) e Paris.
As bombas dos atentados no metrô de Paris (25 de julho) e próximo ao Arco do Triunfo (17 de agosto) eram feitas com botijões de gás de acampamento.
Todas continham pedaços de metal, porcas e pregos em seu interior e foram construídas segundo modelo apresentado em um vídeo do Grupo Islâmico Armado (GIA).
A polícia francesa atribuiu a autoria dos atentados anteriores ao GIA. Trata-se de uma rede de grupos guerrilheiros islâmicos que luta contra o governo argelino. Segundo o GIA, a França apóia o governo do país. A França dá ajuda de US$ 1 bilhão por ano à Argélia.
Em 1992, eleições parlamentares ganhas em primeiro turno por partidos islâmicos foram canceladas. Eleições presidenciais estão marcadas para novembro, mas os principais partidos vão boicotá-la. Ontem, começou em Bruxelas (Bélgica), o julgamento de pessoas suspeitas de pertencerem à rede de sustentação do GIA na Europa.

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