São Paulo, quinta-feira, 7 de setembro de 1995
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Jatene quer empréstimo de R$ 2,4 bi

ALEXANDRE SECCO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Saúde, Adib Jatene, entregou ontem ao Planalto o texto de uma MP (medida provisória) que autorizaria seu ministério a tomar empréstimo de R$ 2,4 bilhões do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador).
O texto foi enviado às 9h30 para o presidente Fernando Henrique Cardoso, que decidirá o assunto.
A Saúde não tem fonte de recursos assegurada para pagar o empréstimo, diz Jatene.
Segundo ele, o dinheiro teria de sair da arrecadação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) -a reedição do imposto do cheque.
A contribuição provisória arrecadaria R$ 5 bilhões. Esse dinheiro equivale a 38% do orçamento deste ano do Ministério da Saúde.
O ministro pretende usar R$ 1 bilhão do empréstimo para reajustar a tabela de pagamento dos hospitais e destinar R$ 1,4 bilhão para investimentos.
Para ter alguma margem de segurança, caso a CPMF não seja aprovada, Jatene negocia carência de pelo menos dois anos para começar a pagar o novo empréstimo.
O FAT é administrado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Seus recursos são oriundos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A Saúde toma dinheiro emprestado do FAT anualmente desde 1992.
A CPMF passou apenas pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Ainda precisa ser votada em dois turnos no Senado e dois turnos na Câmara.
O ministro afirmou que o Planalto e a equipe econômica do governo se mostraram dispostos a editar a medida provisória.
Este ano a Saúde está pagando R$ 1,5 bilhão referente ao empréstimo feito junto ao FAT em 94.
Segundo o ministro, o pagamento desse empréstimo é um dos principais motivos da falta de dinheiro para investimentos.

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