São Paulo, quinta-feira, 7 de setembro de 1995
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Encontro discute convívio com a Aids

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Começa hoje e vai até o dia 9 no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Praia Vermelha (zona sul da cidade), o 5º Encontro de Pessoas Vivendo com Aids.
O evento visa discutir o que é viver com a doença e abordar questões como preconceito, relacionamento e a nova tendência de grupos de apoio exclusivos para soropositivos -as chamadas "redes globais", que defendem organizações exclusivas para os portadores do HIV -de grupos de tratamento a agências de casamento.
Outro tema em debate é o uso de terapias alternativas na cura da Aids. Especialistas e pacientes falarão de suas experiências com a homeopatia e a medicina popular.
"Não vamos fazer apologia de nenhuma técnica, mas as pessoas têm direito de saber o que acontece", diz Ronaldo Mussauer, presidente do Grupo Pela Vidda, um dos organizadores do evento.
Pessoas que superaram a expectativa de vida com o vírus HIV são convidadas em outro painel. Há casos de pacientes que têm a doença há oito anos. "Viver com Aids pode ser tão difícil como morrer de Aids. Viver com a doença é uma ousadia que a gente tem que ter para não viver clandestino e com medo", diz Mussauer.
Entre os participantes do encontro está o Grupo de Amigos, uma organização que afirma querer "ajudar" homossexuais que querem mudar sua opção sexual.
Ele disse que a maioria das pessoas que procura o grupo são homens insatisfeitos com a homossexualidade, além de adolescentes.
Bertilac disse que o grupo surgiu de outra organização que oferecia tratamento a viciados em drogas. O atendimento se baseia, segundo ele, em orientação psicológica, sem exigência de conversão religiosa.
Em alguns casos, é aconselhada a abstinência de sexo. Bertilac disse que considera a homossexualidade um resultado de traumas de infância, como abusos sexuais, problemas de identidade ou de relacionamento familiar.
"Aconselhamos a abstinência, mas trabalhamos com amor. Não estamos aqui para aumentar a culpa de ninguém", afirmou.

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