São Paulo, quinta-feira, 7 de setembro de 1995
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Paulo Renato vê relação 'maléfica' com universidade

DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, defendeu ontem no Rio de Janeiro a autonomia orçamentária para as universidades federais como forma de superar o que chamou de "relação desconfiada" entre as universidades e o governo federal.
Paulo Renato disse ser a favor de que cada universidade receba e administre seu próprio orçamento de acordo com suas necessidades, definindo inclusive os salários de seus professores e de seus funcionários.
"Hoje, a universidade pede dinheiro, o dinheiro atrasa, a universidade aplica no mercado financeiro... Há uma prática de desconfiança muito maléfica", afirmou Paulo Renato.

Críticas
O ministro participou da cerimônia pelos 75 anos da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e fez críticas à universidade pública.
Ele disse que a aposentadoria dos professores com 25 anos de serviço "é inaceitável" e que "não é prioritária". Afirmou que há desperdício e irregularidades administrativas nas universidades.
Segundo o ministro, a autonomia orçamentária -"real, não acadêmica"- vai permitir que a universidade seja mais competitiva e mais eficiente.
Paulo Renato negou que o governo federal pretenda privatizar universidades federais.
O ministro recebeu do reitor da UFRJ, Paulo Alcântara Gomes, um pedido de suplementação de verbas no valor de R$ 40 milhões para reforma de prédios.
Ele prometeu levar o pedido de suplementação de verbas à equipe econômica do governo e disse que há todo interesse em atender a UFRJ.
O reitor disse que não se sentiu afetado pelas críticas do ministro porque a relação entre a UFRJ e o governo "é a melhor possível".

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