São Paulo, quinta-feira, 7 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rodízio de água já atinge mais 1,8 mi nas zonas sul e oeste

DA REPORTAGEM LOCAL

Começa hoje o rodízio de água, implantado pela Sabesp, que vai atingir 1,8 milhão de pessoas nas zonas sul e oeste de São Paulo.
O abastecimento de água ficará interrompido por 24 horas e será retomado por dois dias.
Serão afetados bairros como Morumbi, Chácara Flora e Jabaquara (veja quadro ao lado). Outras 2,2 milhões de pessoas já enfrentam os rodízios na cidade. São 340 mil na zona leste e o restante em áreas de rodízio permanente.
O esquema foi proposto em função de um déficit na produção de água tratada e de problemas nas redes de distribuição.
Os problemas foram agravados com o aumento da demanda, provocado pelas altas temperaturas do inverno. Isso fez com que determinadas áreas ficassem desabastecidas constantemente.
A Sabesp admitiu anteontem não ter os recursos necessários para realizar o cronograma de obras que visa acabar como o rodízio de água na região metropolitana de São Paulo em três anos.
São investimentos de R$ 693 milhões até 1998 num programa de obras emergenciais para o aumento de produção de água e redução das perdas.
O presidente da Sabesp, Ariovaldo Carmignani, disse que está procurando empréstimos e alternativas para conseguir o dinheiro.

Protesto
Cerca de 30 moradores do bairro da Vila Cléia (zona sul) -próximo a Capão Redondo- fizeram ontem um protesto, em frente à Regional Pinheiros da Sabesp, contra a frequente falta d'água na região.
Segundo a líder comunitária do bairro, Dalva Neves Pereira, cerca de 4 mil moradores sofrem com falta de água toda semana, há pelo menos três anos. "No último mês ficamos uma semana inteira sem água. Se já está havendo problema de abastecimento, imaginem quando chegar o verão. Não teremos água nenhum dia", disse.
O aposentado José Genaro, 62, disse que os moradores estão estocando água em baldes e em tubos de concreto usados para canalizar fossas. "O acondicionamento precário da água está causando uma série de doenças nas crianças do bairro", afirmou Genaro.
A Sabesp informou aos manifestantes que a Vila Cléia não vai entrar no rodízio e que a oferta de água deverá melhorar nos próximos dias.
A solução definitiva para o abastecimento de água no bairro deve ocorrer no início do próximo ano, quando a Sabesp deverá construir outro reservatório na região e ainda canalizar o esgoto.

Texto Anterior: Previsão de sol tira 4,8 mi da cidade
Próximo Texto: Moradora reclama de lixo em terreno abandonado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.