São Paulo, quinta-feira, 7 de setembro de 1995 |
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Fiscais fazem blitz irregular contra camelôs
CLAUDIO AUGUSTO
Um grupo de fiscais desmontou bancas e recolheu as mercadorias sem preencher o auto de apreensão na frente dos ambulantes. A lei 11.139, que disciplina a forma de apreensão de mercadoria dos ambulantes, exige a conferência na presença dos camelôs e a discriminação no auto das quantidades apreendidas. O ambulante José Maria Ferreira da Silva exibiu para a reportagem o auto de apreensão número 206.048, no qual consta apenas a expressão "um saco de doces". "Como é que eu vou retirar minha mercadoria? Eles não tem a quantidade", disse Silva, que vende doces e castanha. A Administração Regional da Sé recomenda aos ambulantes que retirem as suas mercadorias no prazo de 24 horas, quando o material apreendido é perecível. Para isso, o camelô deve pagar uma multa. Há suspeitas de que a mercadoria seja desviada. Os fiscais também receberiam dos ambulantes para não incomodá-los. A Câmara Municipal está investigando o suposto esquema de corrupção entre os fiscais da Sé. Os membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pediram a quebra do sigilo bancário de 14 suspeitos de integrar o esquema. O fiscal João Batista é um deles. Ela estava na blitz de ontem cedo na avenida Paulista. Victor David O administrador regional da Sé, Victor David, disse ontem que não há outra forma possível para o trabalho dos fiscais. "Eles colocam tudo no saco e lacram. O lacre não pode ser violado", disse David. "Como é que vai contar mercadoria no meio da confusão?" O vereador José Eduardo Martins Cardozo (PT), presidente da CPI, criticou a atuação dos fiscais. "Na administração do PT também era assim", retrucou David. Texto Anterior: Hanashiro critica 'ciumeira' Próximo Texto: Secretário quer que estádio seja coberto Índice |
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