São Paulo, quinta-feira, 7 de setembro de 1995
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Três homens são acusados de chacina

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia identificou três suspeitos de participar da chacina ocorrida anteontem na estrada dos Manacás, na ilha do Bororé, na represa Billings (zona sul).
Seis pessoas foram assassinadas com tiros na cabeça, disparados por pistola calibre 45. Essa foi a 38ª chacina ocorrida na Grande São Paulo neste ano.
A polícia está tentando identificar as pessoas que participaram diretamente dos assassinatos.
Segundo o delegado Carlos Roberto Benito Jorge, 37, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), o motivo da chacina seria uma disputa entre traficantes e ladrões da zona sul.
Os suspeitos -Josimar Cardoso de Novaes, 30, Milton do Espírito Santo, 45, e Julimar Alves Saraiva, 21- haviam sido presos por PMs na noite do crime na Vila Joaniza (zona sul), acusados de sequestrar quatro mulheres.
Tanto essas quatro mulheres como as seis vítimas da chacina foram encontrados amarrados com tiras de um tecido verde, amarelo e branco.
A partir deste indício, policiais do DHPP estabeleceram o vínculo entre o sequestro e a chacina.
Os suspeitos presos estavam em um Chevette, parado pelos PMs, que desconfiaram do carro. No banco traseiro do veículo, os policiais acharam S., 17, amarrada e amordaçada com tiras do tecido.
As outras mulheres -M., 21, R., 14, e M., 14-, que estavam sendo levadas no porta-malas, também amarradas com tecido, começaram a gritar e foram libertadas pelos policiais.
"As quatro mulheres só não foram mortas porque o carro foi parado pela PM", disse o delegado.
A investigação descobriu que as quatro mulheres haviam sido sequestradas no velório de um homem, parente de um traficante. M. está no terceiro mês de gravidez.
Os suspeitos queriam que as mulheres contassem quem havia matado o rapaz. Elas foram espancadas e torturadas com choques elétricos. Uma delas teve o braço quebrado.
Com as informações fornecidas pelas mulheres, os acusados sequestraram as seis pessoas mortas na chacina, cujos corpos foram encontrados por moradores da ilha do Bororé.
Três das vítimas foram identificadas como sendo Sebastião Rufino, 18, Antônio Guedes, 41, Edílson dos Santos Pinho, 23.
Dois homens e uma mulher mortos na chacina não haviam sido identificados pela polícia até as 23h de ontem.

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