São Paulo, quinta-feira, 7 de setembro de 1995
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Torcidas proíbem cantos violentos no estádio

DA REPORTAGEM LOCAL

As torcidas organizadas de São Paulo estão elaborando um código de ética para tentar controlar o comportamento dos torcedores dentro e fora dos estádios.
O código está sendo discutido pela Atoesp (Associação das Torcidas Organizadas de São Paulo).
Uma medida, já em vigor, proíbe os cantos que contenham ameaças, que estimulem a violência. A torcida que entoá-los será punida. Isso deve acabar com alguns dos gritos mais comuns, como:
"Dar porrada em Gavião, gambá, vou te matar" (Mancha Verde); "Eu amo a violência" (Torcida Jovem); "Independente eu sou, dar porrada eu vou" (Independente); "Não tenho medo de morrer, eu dou porrada pra valer" (Gaviões da Fiel).
"O chefe da torcida terá que fazer valer sua liderança, senão a torcida será prejudicada", disse Cláudio Romero, da Camisa 12.
A Atoesp decidiu ainda criar um cadastro geral com dados sobre os membros de todas as torcidas.
Isso possibilitará, por exemplo, que o torcedor expulso de uma torcida não ingresse em outra.
Além disso, está proibida a presença de bandeiras de outros clubes nas torcidas paulistas. Era comum que torcedores de um time paulista apoiassem uma torcida carioca num jogo em São Paulo.
Isso passa a valer, é claro, quando as bandeiras forem novamente permitidas nos estádios. Hoje elas estão proibidas.
"Concluímos que as torcidas estavam se preocupando mais com elas mesmas do que com os clubes, que é a razão da existência das torcidas", disse à Folha Cosmo Damião, porta-voz da Atoesp.
A Mancha Verde e a Independente já estão cumprindo punição da Atoesp e não estão indo a jogos fora do Estado de São Paulo.

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