São Paulo, quinta-feira, 7 de setembro de 1995 |
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Ilha do Caju é 'miragem' entre o Piauí e Maranhão
CRIS GUTKOSKI
Você ainda está pensando que aquilo é uma montagem, quando descobre que no meio do deserto há piscinas de águas verdes e que as dunas se misturam às matas, campos, salinas e manguezais no mesmo território. É uma confusão completa, porém linda. Essa mistura singular de diferentes ecossistemas fica no delta do rio Parnaíba, conjunto de 80 ilhas e ilhotas na divisa entre Piauí e Maranhão. A ilha do Caju é uma das maiores ilhas do delta, onde o visitante pode desfrutar do turismo ambientalista e de aventura. No passado, apenas fotógrafos e mochileiros europeus pediam permissão para conhecer aquela propriedade particular de 10.139 hectares, quatro vezes maior que a ilha de Fernando de Noronha, e se hospedavam em casas dos nativos. Atualmente, a ilha pode receber até 28 turistas para hospedagem. Os 70 moradores são, na maioria, vinculados à pousada, com exceção de alguns pescadores. É um turismo sem compras, com banho frio e luz elétrica só em parte da noite. Vale a pena acordar bem cedo, junto com os pássaros, porque existem dezenas de recantos a serem explorados antes que a noite chegue. Mas a noite também é dos visitantes que se arriscam a acampar na mata, na companhia de cobras, jacarés, lagartos, raposas, aves raras e mosquitos -milhares deles. A ilha é uma área de proteção ambiental onde convivem 37 espécies de aves, 16 de répteis e 13 de mamíferos, além de caranguejos multicoloridos. É também um refúgio de guarás, colhereiros e jacus, aves raras ameaçadas de extinção. A flora é exuberante, com jatobás, mandacarus, imburanas (árvore de tronco vermelho) e, claro, centenas de cajueiros, cujos frutos ajudam a matar a sede sob o sol equatorial. Texto Anterior: Visita a Monterey exige dose de espírito esportivo Próximo Texto: Guarás são vedetes dos mangues Índice |
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