São Paulo, sexta-feira, 8 de setembro de 1995
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Evento revela divisão da Igreja

GEORGE ALONSO
DO ENVIADO ESPECIAL A APARECIDA

O Grito dos Excluídos refletiu também a divisão na ação da Igreja Católica no país.
Pela primeira vez, a missa da Romaria dos Trabalhadores, em Aparecida, não foi celebrada pelo presidente da CNBB.
O atual presidente da entidade, d. Lucas Moreira Neves, não compareceu. Oficialmente, o bispo de Salvador (BA) já tinha agendado outros compromissos.
Mas a sua ausência foi motivo de conversas reservadas do clero em Aparecida -todo ele ligado à ala "progressista" da Igreja.
D. Lucas Neves integra a chamada ala "conservadora", que se manifesta contra o envolvimento da Igreja em questões políticas.
O comentário comum na basílica se referia à presença d. Luciano Mendes de Almeida nesse evento durante a sua gestão na CNBB.
"Nosso ato ainda foi tímido. Política é a constituição de uma comunidade. É preciso respeitar a pluralidade ideológica. Ninguém esgota a dignidade humana e as necessidades de um povo", disse o bispo Mauro Morelli, ao comentar rapidamente o assunto.
Estiveram ausentes também d. Paulo Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo (em viagem a Juazeiro, BA) e d. Aloisio Lorscheider, que está visitando o papa João Paulo 2º, em Roma.
(GA)

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