São Paulo, sexta-feira, 8 de setembro de 1995
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'Ombudsman' de Santos acusa prefeito de censurar seu trabalho

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O ouvidor (espécie de ombudsman) da Prefeitura de Santos (72 km a sudeste de São Paulo), Nilo Entholzer Ferreira, 56, acusa o prefeito David Capistrano (PT) de censurar seu trabalho.
"Foi quando critiquei setores da administração municipal", disse.
Desde a criação do cargo de ouvidor, em 14 de abril de 94, Ferreira publicava toda sexta-feira uma coluna no "Diário Oficial". Ele foi escolhido para a função pelo próprio prefeito.
A lei que criou a ouvidoria pública determina que o ouvidor tem direito de publicar, uma vez por mês no "Diário Oficial", um relatório "contendo o número de reclamações e consultas feitas, e ainda o encaminhamento dado aos assuntos de maior relevância".
Ferreira disse que antes de tomar posse como "ombudsman", solicitou a Capistrano que a coluna fosse semanal. "Foi uma sugestão e ele concordou", disse.
O ouvidor não descarta a possibilidade de entrar na Justiça com a intenção de garantir a publicação semanal de sua coluna.
"O prefeito se acha o dono da minha função. Ele está sendo autoritário, indo contra o seu passado de homem democrata", afirmou Ferreira.
O mandato de Ferreira se encerra em 96, coincidindo com a eleição do novo prefeito. Ele afirmou não ser filiado ao PT ou a outro partido.
"Vou propor à Câmara que a lei seja mudada, para que o futuro ombudsman seja eleito pelo povo, e não indicado pelo prefeito", declarou Ferreira.
Pela lei que criou o cargo de ouvidor, o prefeito não tem poder para exonerá-lo.

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