São Paulo, sexta-feira, 8 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rodízio de água já afeta zonas sul e oeste

DA REPORTAGEM LOCAL

Moradores das zonas sul e oeste da cidade de São Paulo começaram a sentir ontem os efeitos do rodízio no fornecimento de água.
São 1,8 milhão de pessoas, que, até março de 96, ficarão sem água por 24 horas a cada três dias.
O corte no fornecimento obrigou os moradores a mudarem sua rotina. A lavagem do carro, que é feita por muitos paulistanos aos domingos e feriados, foi suspensa (leia texto abaixo).
No primeiro dia, foram afetadas áreas do Butantã, Capão Redondo, Sacomã, Interlagos e Americanópolis, além de Jandira (Grande SP). Hoje, é a vez de Morumbi, Vila Mascote, Butantã, Grajaú e Vila do Encontro (veja ao lado).
O retorno do fornecimento estava previsto para as 24h de ontem, horário da abertura dos reservatórios. Nas regiões mais distantes e altas, a volta da água deve demorar um pouco mais.
Ao todo, 4 milhões de pessoas enfrentam interrupções regulares no abastecimento na região metropolitana de São Paulo. Na área de Cangaíba e Ermelino Matarazzo (zona leste), são 340 mil.
Nesses locais, o racionamento deverá terminar em novembro, com a inauguração de um "booster" (conjunto de bombas que aumentará a pressão da água).
O restante está dividido em cinco áreas de rodízio permanente.
A principal causa da implantação do esquema de rodízio são os problemas na rede de adução e distribuição da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado).
Segundo a empresa, com o alto consumo, a água perde pressão e não chega às áreas mais altas e distantes dos reservatórios.
Isso faz com que sempre a mesma região fique sem água. A Sabesp adota o rodízio para distribuir a água por todas as áreas. A empresa produz 58,2 mil litros de água por segundo. Para atender à demanda no Estado, seria preciso de 64,9 mil litros por segundo.
Para diminuir o déficit, que acabaria com o rodízio, a empresa anunciou um cronograma de obras até 98. Para isso, são necessários investimentos de R$ 693 milhões.
Hoje, segundo a empresa, 22% da água tratada é perdida por vazamentos na rede adutora. Outros 22% são água "roubada", ou seja, é fornecida mas não paga.
São ligações clandestinas, inadimplência e ligações comerciais registradas como residenciais.

Texto Anterior: 'Bikers' fazem passeio com pizza
Próximo Texto: Racionamento atrapalha feriado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.