São Paulo, sexta-feira, 8 de setembro de 1995
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Racionamento atrapalha feriado

DA REPORTAGEM LOCAL; DA FT

Morador da zona oeste coloca cadeado na caixa d'água para evitar roubo
Moradores afetados pelo rodízio de água tinham mais um motivo para reclamar ontem: o feriado. "Queria aproveitar a folga para dar banho nos cachorros e lavar os carros", disse o comerciante Gilberto Sinardi, 30.
Em sua casa, na Vila Indiana, no Butantã (zona oeste), vivem seis pessoas: ele, os dois filhos, sua mulher e duas empregadas.
A casa tem duas caixas d'água. "Meu carro vai continuar imundo", disse.
Também moradora do Butantã, Leda Vinardi, 56, diz que o rodízio "atrapalha muito".
Seu terreno ocupa 1.500 m2. "A casa é enorme e tenho muitas plantas, várias delas raras e valiosas, cultivadas há anos." Ela teme que as plantas morram.
Sua casa não tem cisterna e fica no alto de uma subida. "Mesmo depois que ligarem a água, vou ser uma das últimas a ser abastecidas", afirma.
Outro problema que afeta alguns paulistanos no rodízio é o roubo de água. Para evitá-lo, Mário Lapiana, 61, colocou cadeados nas duas torneiras que ficam do lado de fora de seu bar.
Comerciante do Rio Pequeno (zona oeste), Lapiana afirma que algumas pessoas costumam roubar a água à noite.
Ontem foi o primeiro dia de rodízio no bairro, mas antes, afirmou, já havia um rodízio "disfarçado". "Precisei pôr cadeados. O pessoal avança."
"Antes do rodízio, já faltava água por 24 horas pelo menos uma vez por semana", disse o eletricista Humberto Brito Dias, 57, também do Rio Pequeno.
Segundo a assessoria de imprensa da Sabesp, o bairro é abastecido pelo reservatório do Jaguaré, que estava com o nível muito baixo e, com o rodízio, deve voltar ao normal.

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