São Paulo, sexta-feira, 8 de setembro de 1995
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DINHEIRO RENDE

Bancos são sócios da inflação alta. O mecanismo é simples: os bancos aplicam o dinheiro que os clientes deixam parado nas contas.
Exemplo: a pessoa paga a conta de luz no banco, que só vai entregar o dinheiro para a Eletropaulo um dia depois. Nesse período, o banco aplica o dinheiro e fica com os juros.
Aplicar é emprestar o dinheiro para alguém -uma pessoa, uma empresa ou o governo- que depois devolve o que pegou, mais um tanto, que são os juros.
Outro exemplo: a pessoa recebe o salário e não tem tempo de mandar aplicar. De novo, o banco aplica, embolsa os juros e devolve o dinheiro para a conta no dia seguinte.
Por outro lado, quando o cliente faz uma pequena aplicação, o banco paga juros menores. Mas junta o dinheiro de vários pequenos aplicadores, faz um bolo maior e obtém taxas de juros maiores. E leva a diferença.
Com inflação de 1,5% ao dia, como era antes do Plano Real, dá para imaginar quanto os bancos ganhavam girando o dinheiro dos clientes.
Eliminada essa inflação, esse ganho desaparece. E vem a quebradeira de bancos. Não de todos os bancos, claro, mas daqueles que viviam apenas do lucro inflacionário.

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