São Paulo, sexta-feira, 8 de setembro de 1995 |
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Região deve ter mais 4 furacões em 95
DANIELA FALCÃO
Até novembro -quando acaba a estação de tempestades no Atlântico- mais quatro furacões deverão atingir a região. Desde 1933, quando 21 tempestades tropicais castigaram Caribe e EUA, não havia uma estação de furacões tão movimentada. Apenas na semana passada, quatro furacões se formaram no Caribe e nas Bahamas. Para os meteorologistas norte-americanos, a razão do aumento no número de furacões ainda é um pouco obscura. Um dos fatores apontados como provável causa das tempestades é a diminuição dos efeitos do fenômeno El Niño na região. As tempestades tropicais que atingem o Caribe e os EUA se formam na África, quando o ar quente e seco que vem do deserto do Sahara encontra ventos mais frios do Sahel, região vizinha. Quando esse sistema de baixa pressão entra no oceano Atlântico, ele ganha força e se transforma em tempestade tropical. Nos últimos 12 anos, os ventos gerados pelo El Niño no oceano Pacífico vinham atravessando os EUA e ajudando a dissipar as nuvens no Atlântico, evitando a formação de furacões. Em 95, o El Niño diminuiu sua influência na região e, consequentemente, fez com que as tempestades ocorressem com maior frequência. Para Robert Burpee, do Centro Nacional de Furacões, em Miami, o aquecimento da temperatura da água no Atlântico neste ano também contribui para o aumento no número de furacões. "Há um fenômeno chamado cinturão transportador de correntes oceânicas, que leva a água quente dos oceanos Índico e Pacífico para o Atlântico. Em determinados anos, este fenômeno ocorre com mais força, aumentando a ocorrência de tempestades no Atlântico Norte, já que há mais água quente disponível", explica Burpee. Segundo o meteorologista, não há como explicar por que, em 1995, o fenômeno está ocorrendo com mais intensidade que em anos anteriores. Burpee também afirma que a teoria de superaquecimento da Terra não tem relação com a maior frequência de furacões em 1995. "Temperaturas altas tornam os furacões mais devastadores, mas não fazem com que eles aconteçam com mais frequência." Texto Anterior: Família de 19 está na ilha Próximo Texto: Ilha caribenha teve 9 mortos Índice |
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