São Paulo, sábado, 9 de setembro de 1995
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Governo vai oferecer controle do Econômico em troca de créditos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse ontem que o governo federal vai propor aos grandes investidores do Banco Econômico a conversão de créditos por participação no controle acionário da instituição.
Entre os grandes investidores estão os fundos de pensão. A Centrus, fundo de pensão dos funcionários do Banco Central, por exemplo, teve R$ 50 milhões retidos por causa da intervenção.
Esses recursos estavam aplicados em CDB (Certificados de Depósito Bancário).
Segundo Malan, a conversão de crédito em ações será voluntária. O governo ainda não definiu como esta proposta será operacionalizada, mas deve ser apresentada aos investidores ainda neste mês.
"Não é possível pagar os grandes depositantes, mas vamos oferecer a eles a possibilidade de converter seus créditos junto ao Banco Econômico em participação acionária", disse Malan em entrevista na tarde de ontem.
O BC, que interveio no Econômico no dia 11 de agosto, garantiu aos correntistas o pagamento de depósitos -em conta corrente e caderneta de poupança- no valor de até R$ 5.000.
O ministro disse que o limite de garantia dos depósitos a prazo pode ficar em R$ 20 mil após a regulamentação do seguro de depósito.
Segundo ele, esse foi o valor aplicado pela Argentina em um mecanismo similar para garantia os depósitos dos clientes dos bancos.

Interessados
Além do banco francês Crédit Agricole, o Banco Interatlântico, do grupo Monteiro Aranha, tem outro sócio estrangeiro na proposta de compra do Econômico. Trata-se de um grupo financeiro português.
O Swiss Bank, que tem negócios com o Econômico no mercado internacional, não é potencial comprador do banco baiano, segundo a Folha apurou.
O BC ainda examina a proposta.

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