São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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Maia contrata cineasta e empresta dinheiro

DA SUCURSAL DO RIO

Maia contrata cineasta e empresta dinheiro
A próxima festa de Ano Novo no Rio, a cargo do cineasta italiano Franco Zefirelli, vai custar à Prefeitura do Rio R$ 3 milhões.
É mais uma jogada do prefeito César Maia (PFL) para firmar a imagem do economista que juntou R$ 1,5 bilhão para realizar um dos maiores programas de obras da história da cidade.
Os cofres cheios e a gastança de Maia contrasta com a "penúria" em que seu adversário político Marcello Alencar (PSDB) afirma ter encontrado os cofres do Estado do Rio de Janeiro, com dívidas que, segundo os números oficiais, chegam a R$ 900 milhões.
"Estou na penúria, e o prefeito não tem do que reclamar, ainda mais que anuncia resultados extravagantes em seu caixa", afirmou, na quinta-feira, o governador, que não tem um plano de obras para o Estado porque não tem dinheiro para tanto.
Justificativa
Maia alardeia que, para juntar a fortuna, cortou gastos nos dois primeiros anos e fez aplicações financeiras que renderam um bom dinheiro aos cofres da cidade.
Com o Plano Real, o prefeito desacelerou um pouco o plano de obras para aproveitar os juros altos. Começou a gastar neste ano, dividindo a cidade em canteiros de obras. "Para todo mundo, juro alto é despesa. Para mim, é lucro e investimento", diz Maia.
O projeto mais caro é o "Favela Bairro", de urbanização de 50 favelas. São US$ 300 milhões do Banco Mundial e US$ 200 milhões da prefeitura.
O mais polêmico dos projetos é o Rio-Cidade (R$ 165 milhões), cujo objetivo é embelezar a cidade por meio da substituição de calçadas e árvores.
O prefeito também gastou R$ 18 milhões na reforma do autódromo da cidade, que receberá ainda neste mês um torneio de motociclismo.
"Só um louco tem coragem de fazer isso", afirma o próprio Maia, com a fama de maluco incorporada ao marketing pessoal.
Candidato
Maia é candidato natural do PFL a governador do Estado em 1998 e já começou a explorar o tema da segurança pública. Recriou a Guarda Municipal, com 2.000 homens. Afirma querer chegar a 5.000.
Há dois meses, o prefeito emprestou ao Estado R$ 50 milhões para equipar a polícia. Neste mês, começou a cobrar resultados, criticando a atuação de Alencar no combate à violência.

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