São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995 |
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Feriado faz estréia de gíria e moda do verão
LÚCIA MARTINS; VICTOR AGOSTINHO; PATRICIA DECIA
Com um inverno de temperaturas acima dos 30 graus em São Paulo, aqueles que acham "show" (ótimo) ir à praia já começaram a lotar estradas, lançar moda e inventar gírias. A prova disso é que, na última quinta, mais de 1,1 milhão de veículos deixaram São Paulo, superando a expectativa da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A). Ao todo, foram 55 km de congestionamentos. Na sexta, já faltavam água e cerveja nas praias de Caraguatatuba (190 km de SP). Os congestionamentos não se restringiram às estradas. Nas cidades do litoral norte, um vaivém de turistas também parou o trânsito. Em Camburi, adolescentes lotaram bares bebendo o drinque mais "gabarito" (muito bom) do momento: "drácula" (tequila, suco de tomate, tabasco e gelo). As meninas desfilavam com as novas tendências da moda de praia: tangas floridas e chapéu tailandês (veja quadro à pág. 2). Apostando no verão superquente também estão empresários de turismo e hotelaria. "Se o calor continuar, a ocupação será recorde", diz Celso dos Santos Silva, 33, consultor técnico da Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo. A previsão de crescimento é de 15% na ocupação dos hotéis no litoral paulista -mais 30 mil hóspedes do que na última temporada. Silva prevê ainda que a porcentagem de "overbook" (número de pessoas que ficam sem hospedagem por falta de quarto) seja de 10% neste verão, mais do que o dobro do verão passado (4%). As agências de turismo também estão entusiasmadas. "Pode influenciar na venda de pacotes", afirma Leonel Rossi Júnior, presidente da Abase (Associação Brasileira de Agências de Viagens). A Abase prevê crescimento de 15% no número de pessoas viajando no Brasil e para o exterior. Água fria O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) diz que as temperaturas não devem ser altas na primavera -começa no dia 21 e vai até 21 de dezembro. Segundo o meteorologista Gilvan Sampaio, 24, o aumento da temperatura neste inverno foi causado por um bloqueio atmosférico (veranico) na altura da Argentina, que barrava as frentes frias. Segundo ele, o fenômeno já perdeu força, e há poucas chances de haver outros. Mas não quer dizer que eles não possam voltar. "Tudo indica que o resto do ano vai ser normal, mas sempre é possível que volte a esquentar." Colaborou PATRICIA DECIA, da Reportagem Local LEIA MAIS Sobre o superverão à pág. 2 Próximo Texto: Tequila muda de cara mas continua em alta Índice |
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