São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995
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Implante de dentes com titânio fica mais seguro

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quem perdeu um dente conta hoje com modernas técnicas e materiais avançados para colocar um implante dentário ou pode, dependendo do tempo e do tipo da perda, usar o seu próprio dente.
Dentes que caíram, por acidente, inteiros e com raiz podem ser reimplantados se a pessoa agir rápido (leia texto abaixo). Para os que não têm tanta sorte, a última palavra para substituir dentes perdidos é o implante com titânio.
O titânio é um material biocompatível (não provoca rejeição no organismo) que tem uma integração perfeita com o tecido ósseo.
Os implantes antigos (compostos por outros metais) não tinham conexão direta com o osso. Eles provocavam uma fibrose (cicatrização) no local e o dente implantado não ficava, muitas vezes, com a estabilidade necessária.
Claudio João Chedid, chefe do serviço de implantodontia do Hospital São Camilo, explica que o titânio é "incorporado" ao osso e garante a segurança no implante.
A cirurgia para colocação dos implantes de titânio é feita em duas etapas. Na primeira, o dentista fura o osso (mandíbula ou maxila) com uma pequena broca para fixar os pinos de titânio.
A gengiva é fechada e a pessoa fica de quatro a seis meses aguardando a integração entre o titânio e o osso. Nesse intervalo, uma prótese provisória pode ser usada para cobrir e "disfarçar" o local.
Após esse período, o dentista reabre a gengiva, coloca uma espécie de encaixe sobre os pinos de titânio e adapta o "dente artificial" sobre esse encaixe. O dente artificial ou prótese -que simula muito bem o dente natural- pode ser de materiais como resina, acrílico ou porcelana.
Pessoas de qualquer idade podem fazer um implante. A única limitação é a quantidade de tecido ósseo disponível para a colocação dos pinos. Quem perdeu os dentes há muito tempo pode ter um grau avançado de atrofia óssea.
Segundo Chedid, mesmo nesses casos, o implante pode ser tentado, mas o paciente tem que passar por uma etapa anterior, com o enxerto de tecido ósseo de outra parte do corpo no local em que o pino de titânio será implantado.
Uma das queixas mais comuns dos pacientes é o longo tempo do tratamento. Para ficar com os dentes prontos, a pessoa vai ter que esperar de seis a oito meses.
Chedid afirma que a chance de sucesso a longo prazo com esse tipo de implante é de cerca de 95%.
Toda essa tecnologia tem seu preço. A Folha apurou que o valor médio da colocação de cada pino em São Paulo vai desde R$ 600 a R$ 1.000 (pino nacional) até R$ 1.000 a 1.500 (pino importado).
O custo da prótese (dente artificial colocado sobre o pino) varia de acordo com o material utilizado. Os preços são, por baixo, de aproximadamente R$ 500.

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