São Paulo, domingo, 10 de setembro de 1995 |
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Argentina arrecada US$ 9,93 bi vendendo 80% das companhias
DENISE CHRISPIM MARIN
A frase, em si, não é contestada na Argentina. Em quatro anos foram vendidas 79 empresas federais, que representaram o ingresso de US$ 9,93 bilhões, sendo 34,2% em dinheiro e 65,8% em títulos. O economista José Rutman, da consultoria empresarial Estudio M.A.M. Broda e Associados, estima que 80% das empresas em poder do governo federal passaram para o controle privado nos últimos quatro anos. Segundo dados da subsecretaria de Investimentos do Ministério de Economia, estão concluídas as privatizações das empresas de exploração e distribuição de gás e petróleo. Restam as vendas de algumas empresas de energia elétrica e nuclear, transporte ferroviário e aeroportuário e petroquímicas. No plano original de privatização, entretanto, estão incluídas até a Casa da Moeda e o Banco da Nação Argentina. A decisão de privatizar tudo o que se relacionasse com produção e que estivesse nas mãos do Estado foi tomada pelo presidente Carlos Menem um mês depois de iniciar seu primeiro mandato, em 89. Setores estratégicos -petróleo, energia elétrica e nuclear, telecomunicações e fábricas militares- foram incluídos no programa. O argumento vigente era de que o Estado deveria se concentrar em funções indelegáveis, ou seja, atuar exclusivamente nos setores sociais e de Justiça. Seu papel, diante do setor produtivo, seria o de fiscalizar os preços ao consumidor final e impedir a formação de monopólios. Para responder a essas atribuições, foram criados órgãos controlados pelo Ministério da Economia -os chamados entes reguladores. Segundo Rutman, a rapidez no processo de privatização argentino foi provocada por quatro fatores. São eles a hiperinflação, a falência do Estado, o alto nível de corrupção nas empresas públicas e a baixa qualidade dos serviços prestados. Texto Anterior: Usiminas foi a primeira estatal vendida Próximo Texto: Processo na Inglaterra demora quatro anos Índice |
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